quinta-feira, 6 de novembro de 2014
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
CREPÚSCULO
NUNO DE FIGUEIREDO
CREPÚSCULO
Capa de ESPIGA
2014
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
sábado, 13 de setembro de 2014
sábado, 6 de setembro de 2014
CREPÚSCULO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
CREPÚSCULO
NUNO DE FIGUEIREDO
Capa de ESPIGA
Novidade
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
CREPÚSCULO
A VIDA EM GUARDA
Mergulho no silêncio e não me afogo.
Tenho bóias: solidão serenidade sentimentos.
Estou parado e voo no imóvel mar do
tempo, o outono ampara-me, o sono estende-me
a mão. Afogo-me em silêncio mas não morro.
Tenho meios vitais de salvação: os meus
sentidos, cinco, adormecidos, e de outros sentidos
me socorro. Eu morro no silêncio mas
resisto, mergulho no silêncio e não me afogo.
Tenho bóias: passado evocação melancolia.
Estou cego no mundo e mal me atrevo
a guardar a palavra sob a língua. Afogo-me
em silêncio mas não morro: uma barca
subterrânea é que me guia por entranhas da
terra onde conheço apenas a matéria
de que é feito o canto luminoso da poesia.
Mergulho no silêncio e o silêncio profundo
não me afoga, antes me alivia: estou parado e
voo e plano e vivo e morro e penso: tenho
bóias: ternura aceitação desprendimento.
NUNO DE FIGUEIREDO
* PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES *
CREPÚSCULO
Capa - ESPIGA
Novidade
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
A ASA PARTIDA
9
OS LIVROS VIVOS PORQUE ABERTOS E LIDOS
- A solidão tem sido a sua ocupação! E como a tem preenchido, Edmundina? Como se tem agora sentido? - perguntava o Dr. Alberto.
- Caminho, Doutor, caminho caminhando. De manhã é sempre muito difícil acordar. Cirando pela casa, ouvindo as paredes, escuto-lhes o som da saudade, e no peso do peito guardo um sabor de tristeza. É depois que invento uma nova realidade suspensa a meio das memórias, nunca indo ao fundo do que me é penoso. Prefiro justificar as ausências com uma rotina normal como se fosse uma viagem de trabalho nos afazeres da vida, embora saiba que isso não é verdade. Vai sendo a minha verdade, só um bocadinho dentro de mim. (. . .)
A ASA PARTIDA
CONCEIÇÃO ROSA
Capa e Prefácio de CARLOS AURÉLIO
terça-feira, 29 de julho de 2014
CARLOS AURÉLIO
DOIS CRUZEIROS DE PEDRA
NA TERRA DA TARDE
1 - Em nossos dias do bimilénio e das multidões quando tudo é possível de divulgação, deliberadamente se omite a inferioridade consentida pelo significado da palavra vulgarização. Até à pessoa escolhida pela musa lhe é imposta a violência de descer aos critérios do vulgo, exigindo-se-lhe a cegueira do intelecto e o entorpecimento da alma. Ao pouco povo e ao diminuto escol que ainda resistem à hecatombe plebeia e consumista, resta-lhes a contemplação das velhas raízes do culto religioso para, a partir delas, refazerem em cultura as copas das árvores antigas. (. . .)
CARLOS AURÉLIO
CONSIDERANDO OS FILÓSOFOS
Capa - ESPIGA
terça-feira, 22 de julho de 2014
O SENHOR DA TERRA QUENTE
QUEM DÁ O PÃO DÁ O PAU
Estava apoquentado o Gregório. Andava a corja, como dizia, a comer-lhe as frutas e a estragar-lhe as árvores. Ainda por cima, gabavam-se disso
- Deixa estar que eu os amanho! - dizia entre dentes rangidos.
Gregório subiu as escadas cansadas da inclinação e, do lado oposto ao poço do horto onde se encontrava a mulher a regar as hortaliças, gritou:
- Ó mulher, bou à bila e bolto logo!
Pôs o chapéu e a samarra e saiu a caminho da estação que ficava a cerca de duas léguas da aldeia.
Caminhava ligeiro e decidido, enquanto congeminava:
- Bando de mal agradecidos! Corja benenosa! Eu bos amanho! . . .
Razões tinha ele de sobra para tanta raiva. Ajudava sempre os mais necessitados, sem esperar volta. E agora, faziam-lhe isto!
-Ó ti Gregório, parece qu'os melros apoisaram no seu pomar! Debem de ser boas as suas ameixas. . .
- Deixa estar qu'eu lh'hei-de cortar as asas!
(. . .)
ANTÓNIO FORTUNA
O SENHOR DA TERRA QUENTE
E OUTROS CONTOS
Capa e Desenhos - ESPIGA
quarta-feira, 16 de julho de 2014
TARTARUGA Editora
TARTARUGA Editora
Porque a história da nossa literatura o impõe
e o seu objectivo final é levar aos leitores o
registo escrito do pensamento e da criatividade
que brotam de fontes inesgotáveis, aqui está, cada vez mais, mostrando a nossa língua
no seu melhor e demonstrando que é uma
língua viva comunicante, bela e com
uma identidade inquestionável.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
terça-feira, 8 de julho de 2014
A FOZ DAS PALAVRAS
estátua de sal
rente à minha espera
pelo meu perfil de pedra castigada
as horas arrastam o seu tédio
cada gesto vencido na recusa
do sal que me congela e me condena
vai alarmar o interior das aves
esparsos como pensamentos basilares
meus braços perduram e apontam
o sentido da viagem projectada
CLÁUDIO LIMA
A FOZ DAS PALAVRAS
Capa de ESPIGA
quinta-feira, 3 de julho de 2014
JOÃO DE DEUS RODRIGUES
O MEU GRITO
Em silêncio,
Lanço o meu grito
De sofrimento, calado na alma,
A dor que guardo no peito:
- Homens, todos os homens,
Acabem com a guerra!
Mas ninguém ouve a minha dor,
Ao ver inocentes morrer de fome,
Na riqueza da sua terra!
PASSAGENS E AFECTOS
JOÃO DE DEUS RODRIGUES
segunda-feira, 30 de junho de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
NÃO SE ESGOTA A FONTE
Não se esgota a fonte do teu nome na
rocha pura aberta da memória
harmoniosos se sublevam os sentidos na
adivinha exacta do teu corpo
a uma palavra só
da fonte a água corre contornando os
teus seios e os teus dedos
jorros de espuma o teu olhar envolvem das
pulsões da nascente derivados
líquida continuidade do meu ser
transparente identidade onde me vejo
quanto mais te sentir de mim nascer
mais e nítida e perfeita te desejo
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA
domingo, 29 de junho de 2014
quarta-feira, 25 de junho de 2014
MULHERES DO ALENTEJO NA REPÚBLICA
A luta da Mulher pela sua emancipação em todo o mundo remonta a alguns séculos atrás.
Em Portugal, esta temática nunca foi abordada frontalmente e sem preconceitos pelos nossos historiadores.
A partir de alguns estudos de investigação recentes sobre a situação da mulher nos fins do século XIX e primeiras décadas do século XX, verificamos que o hiato que houve até então foi vincadamente superado pela acção interventiva de grupos de mulheres esclarecidas e determinadas que, com coragem, lutaram pela sua emancipação.
ANASTÁSIA MESTRINHO SALGADO
MULHERES DO ALENTEJO NA REPÚBLICA
Capa de ESPIGA
segunda-feira, 23 de junho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
JOÃO DE DEUS RODRIGUES
O BEIJO
O beijo que me pediste,
Foi na face que te dei,
O beijo que te quis dar,
Foi nos lábios que guardei.
O beijo que te roubei,
Não foi dado, foi roubado.
Mas porque foi o primeiro,
Ficou no peito gravado.
PASSAGENS E AFECTOS
JOÃO DE DEUS RODRIGUES
sábado, 14 de junho de 2014
DOM DUARTE DE BRAGANÇA
"Para mim, a Oração é sobretudo uma conversa particular com Cristo, a Virgem Maria e alguns Santos, de preferência da minha Família.
No entanto, Nossa Senhora tem certamente bons motivos para insistir noutro tipo de orações, em particular o terço. Ela certamente saberá melhor do que nós a sua importância, nesta e noutras matérias . . .
O próprio Cristo, bem como a Sua Igreja, também recomendou vários modelos de Oração e, por isso, quem acredita Nele tem que seguir as suas recomendações!"
MANUELA MORAIS
55 ORAÇÕES MARIANAS
Capa e Desenhos - ESPIGA
sexta-feira, 13 de junho de 2014
quarta-feira, 11 de junho de 2014
SETE SÁBIOS PORTUGUESES
Pedro Sinde tem procurado estudar a tradição portuguesa no seio da Tradição Universal.
É autor de:
- SETE SÁBIOS PORTUGUESES
- O CANTO DOS SERES: saudade da natureza
- O VELHO DA MONTANHA: a doutrina iniciática de
Teixeira de Pascoaes
- TERRA LÚCIDA: a intimidade do homem com a natureza
- A MONTANHA MÍSTICA /Cartas da Prisão
terça-feira, 10 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
ANTÓNIO CABRAL
SENHORA DO VISO
A luz é blusinha fina
cingida aos seios da terra
que se aprumam quietos, mornos
e firmes em sua espera.
Os teus seios são de terra,
os meus lábios são de mar.
Se nunca te conhecesse,
não viria para cá.
Meu amor, dedos de rosa,
donde vem esse receio?
Tenho o infinito nas mãos,
ponho-o de flor no teu peito.
ANTOLOGIA DOS POEMAS DURIENSES
ANTÓNIO CABRAL
quarta-feira, 28 de maio de 2014
MANUELA MORAIS
Um livro sempre me parece ter qualquer coisa de profético. Começamos a ler e primeira frase e a viagem imediatamente se inicia, abre-se a imaginação. Um livro tem valor inegável, deve ser precioso, sagrado, causar impressão grandiosa.
A essência da escrita é deliciar os seus autores e leitores na sua criação/recriação, captando cada instante de emoções e de imagens delineadas e representadas em cada página do livro. (...)
MANUELA MORAIS
A TARTARUGA SONHADORA
Capa e Desenhos ESPIGA
domingo, 25 de maio de 2014
ANTÓNIO CABRAL
Livros publicados
de
ANTÓNIO CABRAL
BODAS SELVAGENS
ANTOLOGIA DOS POEMAS DURIENSES
O RIO QUE PERDEU A MARGENS
A TENTAÇÃO DE SANTO ANTÃO
terça-feira, 20 de maio de 2014
ARISTÓTELES
"A alegria que se tem em pensar e aprender
faz-nos pensar e aprender ainda mais".
Aristóteles
quarta-feira, 14 de maio de 2014
segunda-feira, 12 de maio de 2014
sexta-feira, 9 de maio de 2014
terça-feira, 6 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
sábado, 3 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
quinta-feira, 1 de maio de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
A TURISTA DE ABRIL
Era ela.
ia em camisa descalça
e ninguém mais a sentiu.
não olhava
nem levava nada
era ela
partiu de madrugada.
andou por aí estes dias
cabisbaixa e calada.
trazia
pão num saco
e pedia
cenouras e laranjas no mercado.
como tinha um buraco no vestido e
não se penteava diziam
que era turista
ou artista do Reino Unido
não sabiam.
tinha na boca o lume inumerável de uma papoula
da Turquia ou da Tailândia
e nos dentes toda a neve da Sibéria ou da Finlândia.
ao pisar era crioula
e no bronze dos ombros
menina
latina
ou africana.
flor de tremoço da Califórnia seus olhos de Hera
e a cigana
de Granada
ali à espera
ao ler-lhe a sina
não leu nada.
andava meio nua
deu aos ombros ao polícia
que nem lhe arrancou o nome.
- "deitas as cascas na rua
vai à merda"
disse o guarda
"mata a fome
mas não sujes a cidade
a multa são dois mil paus
que puta de liberdade".
era ela.
dormia nos
degraus das primeiras escadas que
alguém lhe consentia.
era ela.
- "já foi à fava"
disse o guarda que a via
da janela
para os botões da farda.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA
quarta-feira, 23 de abril de 2014
segunda-feira, 21 de abril de 2014
sábado, 19 de abril de 2014
quarta-feira, 16 de abril de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
HIC HOMO JUSTUS ERAT
Entregou seu braço direito à corda dos algozes
e viu as torres do templo através dos cílios estalados
recusou o fel e ofereceu à lança seu lado cheirando
a mulher
suspendeu a cabeça do dia espiral
à sombra dos seus cabelos tilintavam dados e corria o povo
abriu ao trovão sua vazia boca redonda
jazendo ao alto um corvo sacudiu a cabeça para leste
e a noite descendo passava sozinha na cidade
como a inocência dele.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA
segunda-feira, 14 de abril de 2014
sábado, 12 de abril de 2014
quinta-feira, 10 de abril de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
(. . .)
O primeiro livro assinado com o pseudónimo Miguel Torga - A TERCEIRA VOZ, 1943 - é um ultimatum fundibulário aos mais indefectíveis supostos éticos da sociedade dominante, uma incursão irreverente e arrasadora da institucionalização do amor entre o homem e a mulher. "Eu sou um desses rapazes de hoje, sensíveis, cultos e complicados que fazem a desonra das gerações passadas", diz o protagonista numa carta dirigida ao pai da rapariga que desflorara num banco de pedra, sob uma tília. "Mais tarde, se me vierem perguntar as causas e os efeitos do meu procedimento, estremeço mas à noite vou ao cinema".
Ainda que o seu pensamento evolua e os supostos se compliquem, a obra de Torga nunca mais deixará de fazer transparecer que há uma santidade inalienável no "natural" de que a acção humana procede por necessidade. A moral não é mais que o conjunto de regras que a ordem estabelecida impõe ao indivíduo para que este se integre nela e a sirva. E o fundamento da moral não passa da justificação pseudofilosófica e pseudocientífica dessa ordem e desse sistema. (. . .)
SER E LER MIGUEL TORGA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
terça-feira, 1 de abril de 2014
PEDRO SINDE
Do latim ao português: assim nasce a filosofia portuguesa
A filosofia portuguesa, e todas as outras na Europa, nasce quando o latim explode numa pluralidade de línguas. Só há filosofia portuguesa, porque deixámos o latim e porque a língua nos revela que há uma certa forma de pensar que é portuguesa. Antes, todos pensavam em latim e as diferenças dos povos eram, por essa razão, matizadas. Quando passaram a pensar gradualmente na respectiva língua, as diferenças acentuaram-se, mas houve um simultâneo enriquecimento que nasceu da diversidade. Se a língua erudita tivesse continuado a ser o latim, não existiriam filosofias nacionais tão claramente definidas. (. . .)
SETE SÁBIOS PORTUGUESES
PEDRO SINDE
Capa - ESPIGA
quarta-feira, 26 de março de 2014
PEDRO SINDE
APRESENTAÇÃO
SETE SÁBIOS PORTUGUESES
de
PEDRO SINDE
Apresentação a cargo de
CARLOS AURÉLIO
Livraria Fonte de Letras
Sábado, 29 de Março, 17 H
Rua 5 de Outubro, 51
7000-854 Évora
sábado, 22 de março de 2014
MANUELA MORAIS
AS MONTANHAS SÃO SAGRADAS
A Serra do Marão ergue-se dominante, o Céu repousa nas cristas das montanhas e, assim, os Deuses comunicam com os Seres da Terra.
Devemos subir às montanhas e respeitá-las, buscar o Conhecimento Universal e iniciar, nas colinas, a comunicação privilegiada com o Divino.
As enormes rochas arredondadas atestam a antiguidade e a sua imponência impressiona. O panorama é grandioso: é fascinante apreciar a paisagem sem dimensão, monumental! Maravilha permanentemente! Contemplamos, sem cessar, a majestade deste cenário. Aqui, penhascos graníticos, urzes, pinheiros, rosmaninho, giestas, esteva e animais aprendem os segredos de ler a posição das Estrelas e da Lua. O destino poderoso e misterioso destes rochedos causa deslumbramento e surpreende sem limites. (. . .)
Livro - A TARTARUGA SONHADORA
MANUELA MORAIS
Capa e Desenhos - ESPIGA
quinta-feira, 20 de março de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
S. MIGUEL DE SEIDE
a minha cegueira avista a amargura verde
proibida de copiar
os relevos a cor e
a profunda calma do teu rosto
meu amor
veloz é a passagem da alegria e
lento o desespero
que a pressente diluída na distância
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA
segunda-feira, 17 de março de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
chegaste enfim ao cais deste poema e a
evidência é tamanha como a
alegria que serve de tema à
música dos versos que a acompanha
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA
quinta-feira, 13 de março de 2014
MARIANA DE BRITO
A PAIXÃO
Nas pequenas vilas do Alentejo, quem não tivesse qualquer propriedade, courela, uma loja, uma venda ou outro bem, não fosse artesão, capador, ou não fosse detentor de um engenho rentável, em geral, era considerado pobre e, sendo as possibilidades de trabalhar por conta de outrem bastante remotas, o destino era, quase sempre, o trabalho no campo. Uma vez que só quem tinha posses podia continuar os estudos para além da quarta classe e, após esta ser obrigatória, no caso dos rapazes, com muita frequência iam para Lisboa trabalhar nas mercearias, mandando, mensalmente, aos pais, grande parte do pouco que recebiam, através de carta, enviada pelo correio. Tratando-se de raparigas, para além da costura, servir era o seu destino. Umas ficavam a servir na própria terra, outras iam para Lisboa.
A dureza do trabalho no campo era conhecida por todos: trabalhar de sol a sol, pago à jorna, recebendo sempre o mesmo. (. . .)
MARIANA DE BRITO
ALENTEJO DE LONGE
Capa de ESPIGA
segunda-feira, 10 de março de 2014
JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
SOMBRA DO MADRIGAL
Se à distância é o sussurro da ribeira,
É a ti que oiço no cicio.
Se é o pinhal de verde imenso
A remansar em toda a ramaria,
É a tua voz que me visita
No prelúdio da manhã.
Se algum molifo de nuvem cai,
Ai, és tu que choras.
Choras tu, lá no alto, assim entendo,
Choro eu, de saudade morrendo.
JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
ROSA IN FLUMINA
Capa e Desenhos de ESPIGA
quarta-feira, 5 de março de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Poeta, escritor, investigador e ensaísta, nasceu em Jou (Murça) e leccionou em Murça, Vouzela, Porto, Chaves e nas Universidades de Granada (Espanha) e Seoul (Coreia do Sul). Autor de uma quinzena de livros publicados e alguns outros ainda inéditos.
A sua Poesia revela, a par de uma sólida e inovadora estrutura formal, o mundo sensível em que se movia, os apelos da terra-mãe, os arcanos da memória e as vibrações mais íntimas da sua personalidade. O seu acto poético foi sempre uma porta para a aventura criadora expressa em imagens emotivas mas também racionalizadas, na apreensão dos ritmos da água, do corpo, das ervas, da terra e seus aromas.
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