terça-feira, 29 de dezembro de 2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

MANUELA MORAIS







AGRADECIMENTO




Agradeço
tudo o que construi,
aprendi, vivi,
amei até ao limite
do meu ser.


Agradeço à natureza
sons, aromas e cores,
a harmonia dos elementos,
a candura da vida.
As árvores, as flores
e as montanhas
o perfume do amanhecer,
o abraço da neblina,
os cânticos vindos do céu
e a emoção de ter
o teu peito
junto ao meu.




Livro CÂNTICO AO AMOR, de Manuela Morais



terça-feira, 17 de novembro de 2015

CÂNTICO AO AMOR







O Sol




Brilhou o sol,
e iluminou amorosamente
os gestos tranquilos
do teu corpo
cingindo o meu.
Fecundação do silêncio
e da respiração,
alquímica verdade
de encanto
e multiplicação.


Livro CÂNTICO AO AMOR, de Manuela Morais





domingo, 6 de setembro de 2015

BARROSO DA FONTE







POESIA, AMORAS E PRESUNTO
BARROSO DA FONTE

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
2015
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES




terça-feira, 4 de agosto de 2015

(IN)JUSTIÇAS




(. . .)
Num pequeno tribunal do Distrito da Guarda, extinto na última reforma judiciária - portanto não será difícil descobrir os intervenientes desta questão - há mais de vinte anos o demónio anda solto e temos a certeza do aparecimento de algumas vítimas, talvez mesmo mortais.
Depois de tantas páginas, os leitores atentos sabem não ser nosso objectivo tomar partido. Procuramos ouvir todas as partes, quando elas se dispõem a falar, e encontramos várias versões para este imbróglio. E, apesar da extinção do tribunal de origem, a paz não foi instalada pois as queixas transitaram para a nova comarca.
Como sempre temos um advogado, Bento, hoje já reformado. Foi contactado por um funcionário judicial do já falado tribunal extinto, para representar um irmão, residente em Coimbra. (. . .)




GUIDA NUNES
Livro - (IN)JUSTIÇAS
Prefácio - HENRIQUE DÓRIA

NOVIDADE


segunda-feira, 27 de julho de 2015

CLÁUDIO LIMA







LUANDA


cidade das avenidas
mescladas de cor
e de contraste


do céu azul português
e dos espelhos de oiro
ao fogo do pôr do sol


luanda
das noites quentes da ilha
(um sonho europeu que singrou
na força de vontade de uma quilha)


explosão de luz
na noite inviolada de um continente
(diogo cão em pedra e em memória
num padrão de história
e de presente)




CLÁUDIO LIMA
Livro - A FOZ DAS PALAVRAS



sexta-feira, 24 de julho de 2015

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE







"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
   O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
    O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar."

Carlos Drummond de Andrade



terça-feira, 21 de julho de 2015

ANTÓNIO FORTUNA




(. . .)
Após o episódio da biblioteca, deitei-me deprimido. Comecei a malucar e, angustiado com o mundo, chorei. É verdade, um homem também chora para depurar as mágoas e ficar mais leve. Choram-se, tantas vezes, lágrimas que nos convencem que não conseguimos mudar o mundo.
Durante a minha lavagem sei que os quatro gatos que partilham a casa, como se fossem da família, me rodearam preocupados com o meu estado soluçante. Se eu dissesse que, quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais, estava a cair numa daquelas reflexões fáceis e triviais, embora, convenhamos, as verdades tenham de ser ditas na hora certa.
      Se acaso alguém, humano, me visse chorar em qualquer lugar público ficava indiferente, continuando a caminhar alheio ao meu hipotético drama. Os meus gatos não. (. . .)




ANTÓNIO FORTUNA
Livro O SÉTIMO SENTIDO



quinta-feira, 9 de julho de 2015

CARLOS AURÉLIO







(. . .)
A simbólica e a cultura cristãs nascem do culto da vida que vence a morte e esta é uma afirmação decisiva. A Procissão do Enterro do Senhor de que falamos sendo muito querida e popular, tem aqui e entre outras, uma possibilidade interpretativa que julgamos legítima. Aliás, tem o povo costas bem largas onde cabe tudo o que carrega, mas é também verdade que sendo humilde e inculto costuma transportar consigo muita sabedoria oculta que é ouro escondido, verdadeiro tesouro (. . .)




CARLOS AURÉLIO
CONSIDERANDO OS FILÓSOFOS



segunda-feira, 6 de julho de 2015

MANUELA MORAIS





"O amor é o maravilhoso fluído capaz de produzir a nossa
própria regeneração e a do próximo, porque nestes estados
se encontra, simbolicamente, a pureza que deve transmutar
a nossa existência."

Manuela Morais


quinta-feira, 25 de junho de 2015

terça-feira, 23 de junho de 2015

CARLOS AURÉLIO





(. . .)
Do Sol vem o acto puro, o inteligível, a semente masculina e criadora.
As civilizações solares são, em contraponto com as lunares, simbolizadas na pujança apolínea e no masculino, no dia e no nove, emergindo como patriarcais e guerreiras. Quando os aqueus, povos indo-europeus, venceram os cretenses minóicos e fizeram eclodir a civilização micénica e depois com os dórios a helénica, iniciaram assim a ocultação, talvez o desaparecimento, das remotas civilizações lunares, Com Homero e Heródoto entrou pela porta da História, enquanto a Filosofia e o Teatro traziam ao proscénio do continente a transfiguração que dos velhos mitos se fez símbolos e ritos, tendo interiorizado nos antigos Mistérios, como os de Delfos ou os de Elêusis, a transmissão e também a ocultação da ancestral sabedoria lunar. (. . .)


Texto de CARLOS AURÉLIO
Livro CONSIDERANDO OS FILÓSOFOS


domingo, 21 de junho de 2015

FERNANDO PESSOA









"A cultura não é ler muito, nem saber muito;
é conhecer muito."

Fernando Pessoa














sexta-feira, 19 de junho de 2015

CLÁUDIO LIMA









de amor / 1




não contes nem descontes
o amor que não encontres


caminha e adivinha
aquilo que convinha
para que o amor não fosse só correr
em busca de um mito por nascer


(seria preciso negar ao coração
a loucura rubra da paixão
e encontrar a sepultura
no primeiro passo da procura)




Poema de CLÁUDIO LIMA
Livro A FOZ DAS PALAVRAS



quarta-feira, 17 de junho de 2015

DIANA ADAMEK







(. . .)
Os velhos contemplam o mar e este olhar melancólico é a viagem deles, a única, profunda e irrevogável, de corpo inteiro, com todos os sentidos. Estes velhos nunca navegaram, mas é como se o tivessem feito inúmeras vezes e, agora mesmo, experimentam novamente o poder da ponte, do porão e das velas, o sopro do vento que os afastará da margem, de todas as margens. (. . .)


Texto de DIANA ADAMEK
Livro MELANCOLIAS PORTUGUESAS
Tradução TANTY UNGUREANU



segunda-feira, 15 de junho de 2015

MANUELA MORAIS





ESPIGA PINTO



Ainda era menino quando chegou à pintura. Homem determinado e invulgar, pinta como quem beija. Entrega-se total e perdidamente.
Do Alentejo, onde nasceu, revelador de uma intuição e sensibilidade apuradíssimas, vem afirmando a solidez e singularidade de um percurso que começa e termina na busca e apreensão dos possíveis sentidos da existência.
(. . .)
O amor, símbolo de continuidade e regeneração, adquire nesta sequência pictórica o seu verdadeiro significado, ou não fosse ele o mais profundo e distinto laço da humanidade. Aqui, se sente a sua pulsação, em perpétuo movimento regenerador e em variações cromáticas sintonizadas, numa articulação harmoniosa e contínua entre a Terra e o Universo. (. . .)


Texto de MANUELA MORAIS
Livro TRÊS RIOS ABRAÇAM O CORAÇÃO
Capa ESPIGA PINTO




sábado, 13 de junho de 2015

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES









Como o primeiro momento da luz dentro do mundo
assim o nosso primeiro amor


pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face


das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento


e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.




Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro ANDAMENTO



quinta-feira, 11 de junho de 2015

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES











E tu voltaste então o rosto para o mar o
corpo nu apenas das
minhas mãos vestido.






Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro JÚBILO DA SEIVA





terça-feira, 9 de junho de 2015

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES





Deixaste um perfume ou que outro nome darei ao
campo aberto da tua memória


deixaste um perfume em toda a parte ou
como dizer melhor que sou o
campo aberto da tua imagem


deixaste um perfume em tudo o que vejo a
agilidade de um aroma no ar que
não posso recusar por ser um
bicho de pulmões


e te recordo
como quem respira.




Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro MEMÓRIA IMPERFEITA



sexta-feira, 10 de abril de 2015

sexta-feira, 6 de março de 2015

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015