terça-feira, 29 de abril de 2014

sábado, 26 de abril de 2014

VÍTOR OLIVEIRA JORGE








LIVRO DE HORAS ILUMINADO OBLIQUAMENTE

VÍTOR OLIVEIRA JORGE

Capa e 25 Desenhos de ESPIGA

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de ABRIL








25 de ABRIL

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES




A TURISTA DE ABRIL


Era ela.

ia em camisa descalça
e ninguém mais a sentiu.
não olhava
nem levava nada
era ela
partiu de madrugada.

andou por aí estes dias
cabisbaixa e calada.
trazia
pão num saco
e pedia
cenouras e laranjas no mercado.
como tinha um buraco no vestido e
não se penteava diziam
que era turista
ou artista do Reino Unido
não sabiam.

tinha na boca o lume inumerável de uma papoula
da Turquia ou da Tailândia
e nos dentes toda a neve da Sibéria ou da Finlândia.
ao pisar era crioula
e no bronze dos ombros
menina
latina
ou africana.
flor de tremoço da Califórnia seus olhos de Hera
e a cigana
de Granada
ali à espera
ao ler-lhe a sina
não leu nada.

andava meio nua
deu aos ombros ao polícia
que nem lhe arrancou o nome.
- "deitas as cascas na rua
vai à merda"
disse o guarda
"mata a fome
mas não sujes a cidade
a multa são dois mil paus
que puta de liberdade".

era ela.

dormia nos
degraus das primeiras escadas que
alguém lhe consentia.

era ela.

- "já foi à fava"
disse o guarda que a via
da janela
para os botões da farda.


Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA

quarta-feira, 23 de abril de 2014

DIANA ADAMEK












Livros de DIANA ADAMEK

Capas de ESPIGA

segunda-feira, 21 de abril de 2014

sábado, 19 de abril de 2014

PÁSCOA








Votos de PÁSCOA com saúde, PAZ e alegria.

Manuela e Espiga

quarta-feira, 16 de abril de 2014

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES




HIC HOMO JUSTUS ERAT


Entregou seu braço direito à corda dos algozes
e viu as torres do templo através dos cílios estalados

recusou o fel e ofereceu à lança seu lado cheirando
a mulher
suspendeu a cabeça do dia espiral
à sombra dos seus cabelos tilintavam dados e corria o povo

abriu ao trovão sua vazia boca redonda
jazendo ao alto um corvo sacudiu a cabeça para leste

e a noite descendo passava sozinha na cidade
como a inocência dele.


Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA

segunda-feira, 14 de abril de 2014

MANUELA MORAIS













MANUELA MORAIS

Capas e Desenhos de ESPIGA

quinta-feira, 10 de abril de 2014

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES







SER E LER MIGUEL TORGA

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

sexta-feira, 4 de abril de 2014

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES



(. . .)
O primeiro livro assinado com o pseudónimo Miguel Torga - A TERCEIRA VOZ, 1943 - é um ultimatum fundibulário aos mais indefectíveis supostos éticos da sociedade dominante, uma incursão irreverente e arrasadora da institucionalização do amor entre o homem e a mulher. "Eu sou um desses rapazes de hoje, sensíveis, cultos e complicados que fazem a desonra das gerações passadas", diz o protagonista numa carta dirigida ao pai da rapariga que desflorara num banco de pedra, sob uma tília. "Mais tarde, se me vierem perguntar as causas e os efeitos do meu procedimento, estremeço mas à noite vou ao cinema".
Ainda que o seu pensamento evolua e os supostos se compliquem, a obra de Torga nunca mais deixará de fazer transparecer que há uma santidade inalienável no "natural" de que a acção humana procede por necessidade. A moral não é mais que o conjunto de regras que a ordem estabelecida impõe ao indivíduo para que este se integre nela e a sirva. E o fundamento da moral não passa da justificação pseudofilosófica e pseudocientífica dessa ordem e desse sistema. (. . .)


SER E LER MIGUEL TORGA

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

terça-feira, 1 de abril de 2014

PEDRO SINDE





Do latim ao português: assim nasce a filosofia portuguesa
A filosofia portuguesa, e todas as outras na Europa, nasce quando o latim explode numa pluralidade de línguas. Só há filosofia portuguesa, porque deixámos o latim e porque a língua nos revela que há uma certa forma de pensar que é portuguesa. Antes, todos pensavam em latim e as diferenças dos povos eram, por essa razão, matizadas. Quando passaram a pensar gradualmente na respectiva língua, as diferenças acentuaram-se, mas houve um simultâneo enriquecimento que nasceu da diversidade. Se a língua erudita tivesse continuado a ser o latim, não existiriam filosofias nacionais tão claramente definidas. (. . .)


SETE SÁBIOS PORTUGUESES

PEDRO SINDE

Capa - ESPIGA