sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

STABAT MATER

Um dia (talvez um dia só) eu fui menino
era de tarde e havia sol (há sempre sol na
memória de ver-te a cada instante
vigilante aos
prodígios do meu próprio destino)

e eu joguei no Largo à minha idade
aos arcos e aos piões aos
polícias e ladrões e
à pura liberdade

e não voltei ao Largo hoje
resta a árvore bravia que me fiz
o caule que construiu a sua história
mudando a tua memória no
ar que respira e na raiz.

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - MEMÓRIA IMPERFEITA

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

AMOR AO DOURO

(Tintas aguadas)

Há muito tempo que não vou ao Douro,
Mas sei que sempre posso imaginá-lo. . .
E porque não(!) pecar e desenhá-lo,
Mordendo a maçã daquele tesouro.

Levantei voo, então, de um miradouro,
Desenhando uma cobra a retratá-lo.
Lutei durante horas pr'a curvá-lo,
Fazendo do inferno ancoradouro.

Pintei de azul as águas de garoto
P'ra que estrelas do céu o navegassem
E as vidas dos humildes fermentassem.

Pintei o néctar e risquei suor,
Escorrendo dos socalcos em castanho.
Se o não pintei, tentei escrever-lhe o amor!

ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2010
SONATA AO DOURO - ANTÓNIO FORTUNA
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

SONATA AO DOURO - ANTÓNIO FORTUNA
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

JOSÉ RODRIGUES DIAS

JOSÉ RODRIGUES DIAS - BRAÇOS ABRAÇADOS
Capa - ESPIGA PINTO
NOVIDADE

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

AMÉRICO LISBOA AZEVEDO

AMÉRICO LISBOA AZEVEDO - HISTÓRIAS DA AVÓ
Prefácio - JÚLIA SERRA
Capa - ESPIGA PINTO
NOVIDADE

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CONCEIÇÃO ROSA

CONCEIÇÃO ROSA - A ASA PARTIDA
Prefácio - CARLOS AURÉLIO
Capa - CARLOS AURÉLIO
NOVIDADE

sábado, 2 de outubro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

hoje nada te prometo

neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas

horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que tens nas mãos cheias
fechadas

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro JÚBILO DA SEIVA

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ANTÓNIO TELMO

ANTÓNIO TELMO - CONTOS SECRETOS
Capa e desenhos - ESPIGA PINTO

terça-feira, 7 de setembro de 2010

ANTÓNIO TELMO

ANTÓNIO TELMO
1927 - 2010

Obra Publicada:
ARTE POÉTICA
HISTÓRIA SECRETA DE PORTUGAL
GRAMÁTICA SECRETA DE PORTUGAL
DESEMBARQUE DOS MANIQUEUS NA ILHA DE CAMÕES
FILOSOFIA E KABBALAH
O BATELEUR
O HORÓSCOPO DE PORTUGAL
CONTOS
VIAGEM A GRANADA
CONTOS SECRETOS

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ANTÓNIO TELMO

À MEMÓRIA
DE
ANTÓNIO TELMO

domingo, 22 de agosto de 2010

ANTÓNIO TELMO

HOMENAGEM
A
ANTÓNIO TELMO

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

TEMPO DO TEMPO

Não caibo neste instante nesta hora
neste dia.
Nos meus olhos montes e pinhais.
Aí me aguarda e demora
cada palavra que repetira
aos gestos iguais.

Longe respira o mar.
Nas ondas uma a uma
a rósea pele do sol a espada nua do luar
crinas e
narinas
de rochedos de quilhas e de espuma.

Pó de caminhos maratonas e viagens
a minha história
não cabe na minha memória
transborda como um rio para as margens.

Os dedos enclavitados na guitarra
cada vibração
em puxão
de amarra.
Parte-se-me nas artérias toda a melodia
da vida.
Igual e repetida
nenhum sentido a guia.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

domingo, 8 de agosto de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - ANDAMENTO

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES


FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - JÚBILO DA SEIVA.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES


FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES / OBRA POÉTICA - ANTOLOGIA

domingo, 1 de agosto de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

ESTA CANÇÃO

esta canção é tua
e o tempo de ta cantar
também.
ninguém
prendeu no fundo de um lago a lua
a não ser
Lafontaine-a-escrever.

esta canção é tua
e aqui ta escrevo e digo
abelha que fala e só diz mel.
a pena é uma haste de trigo
e as palavras sombras
no luar do papel.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO

sexta-feira, 30 de julho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

VITA BREVIS

mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quinta-feira, 29 de julho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES


FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SER E LER MIGUEL TORGA

terça-feira, 27 de julho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SER TORGA

segunda-feira, 26 de julho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SETE MEDITAÇÕES SOBRE MIGUEL TORGA

terça-feira, 13 de julho de 2010

FERNANDO NUNES

INTIMIDADE

Era uma vez uma pequena aldeia, suspensa na vertente da montanha, como se aquela cordilheira que se desencadeava a uma dúzia de metros do lago da planície verdejante e subia numa quase linha vertical perfeita até ao pico mais afiado e próximo do céu, tivesse sido tocada por alguma mão das divindades das neves. A uns escassos duzentos metros do topo, a parede rochosa era quebrada bruscamente na sua verticalidade por uma terra plana, que nunca fora medida em quilómetros, mas que em passos lentos de velhice, demorava meia hora a ser percorrida, na direcção de qualquer um dos quatro horizontes. Aí, a minúscula aldeia, de casas construídas com pedras de calcário, brilhava no cintilar de uma luz quase líquida. Brilhava ainda na serenidade do seu silencioso isolamento e ao redor do braseiro de uma lareira, nas longas horas de reclusão, impostas pelos dias escurecidos dos temporais de Inverno. Contudo, era nos olhos dos seus habitantes que toda essa infinita luminosidade se evidenciava, como cristais, espelhando a verdade da alma de cada um. A aldeia parecia estar mais próxima do alto, do que do mundo terrestre ( . . .).

FERNANDO NUNES - Livro SOMBRAS DA ALMA

quarta-feira, 7 de julho de 2010

FERNANDO NUNES

FERNANDO NUNES - SOMBRAS DA ALMA (contos)
Capa - ESPIGA PINTO

segunda-feira, 28 de junho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

HISTÓRIA DE UMA ROSA

deu à luz da manhã toda a sua cor e perfeição
floriu a rosa e
não foi ver ao espelho
sua forma de boca sua cor de fogo

vago desejo de forma o seu perfume depois
cobriu o sulco de cada pétala morta
abandonada ao vento

manchados da sua cor dedos se devoravam
estilhaçando os olhos que a choravam
gestos de a colher se dispersavam
e nos lábios palavras se matavam

a rosa estiolou e morreu
a harmonia do jardim passou além

em seu espaço inútil
suas pétalas secas e seu tempo perdido
que nenhuma memória contemplava.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

domingo, 27 de junho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

VII

mesmo perdida cada
aposta em ti
renova em si o
sentido único da vida

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

sexta-feira, 25 de junho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

SETEMBRO

e tu que conheces o reino silencioso
das formas e dos gestos
serenamente a ti regressas da perplexidade

e sobre a areia lisa te deitas e recolhes
com as mãos postas
e os olhos rasos de esquecimento

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

sábado, 19 de junho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Granada, 1985.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

VÍTOR OLIVEIRA JORGE

VÍTOR OLIVEIRA JORGE - LIVRO DE HORAS ILUMINADO OBLIQUAMENTE (Poesia)
Capa e 25 desenhos - ESPIGA PINTO

quarta-feira, 9 de junho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

hoje nada te prometo

neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas

horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA

segunda-feira, 7 de junho de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

2007 - ANTÓNIO CABRAL

2008 - CLÁUDIO LIMA

2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA

2010 - ANTÓNIO FORTUNA

domingo, 6 de junho de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

ANTÓNIO FORTUNA - A CHAVE DO DEGREDO (Poesia)
Capa - ESPIGA PINTO

sábado, 5 de junho de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

ANTÓNIO FORTUNA - DA RUA DOS POETAS (Poesia)
Capa - ESPIGA PINTO

sexta-feira, 4 de junho de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

Depois de tempo, tempo vem

ABERTURA NO SILÊNCIO

A porta abriu-se com uma chave grande e lisa, rodando para a esquerda uma fechadura já desengonçada do uso. A luz entra e entabula um diálogo com a sombra e o silêncio guardados no pequeno pátio que antecede as escadas assimétricas e íngremes.
A luz fez chilrear as sete andorinhas de barro, em formação de gala, pregadas na parede caiada de branco. Pelo menos assim pareceu aos olhos que as olharam, matando as saudades de longos tempos de ausência. Sim, que os olhos também ouvem, tal como os ouvidos vêem na escuridão, porque, se assim não fosse, não nos orientaríamos no escuro através dos sons. (. . . )

FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA

segunda-feira, 24 de maio de 2010

ANTÓNIO FORTUNA


Festa em BRUÇÓ. A Junta de Freguesia foi pequena para receber tantos convidados e tantas emoções !
Dia 22 de Maio, em BRUÇÓ, foi apresentado o livro de Contos FRESCOS DA MEMÓRIA.
Abel Fortuna (autor das aguarelas), António Fortuna (autor do livro), Miguel Rito (Presidente da Junta de Freguesia) e Paula Fortuna (apresentadora do livro).
Foto - Paulo Fortuna

ANTÓNIO FORTUNA


FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA.
Momento de autógrafos.
Foto - PAULO FORTUNA

ANTÓNIO FORTUNA

ANTÓNIO FORTUNA autografa o seu livro FRESCOS DA MEMÓRIA.
Foto - PAULO FORTUNA

ANTÓNIO FORTUNA

ANTÓNIO FORTUNA - FRESCOS DA MEMÓRIA
Aguarelas - ABEL FORTUNA

domingo, 23 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - ALGUMAS CARTAS

quinta-feira, 20 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

O NOME

Muitos lhe escreveram o nome ao lado da
sua assinatura de prospectos

outros gastaram os cigarros no horário incerto
do seu cais

mãe da morte e das grades vendou os
olhos aos pássaros de inverno

nocturna profecia
de noite anunciada
liberdade liberdade
intramuscular profunda madrugada.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

terça-feira, 18 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

A TURISTA DE ABRIL

Era ela.

ia em camisa descalça
e ninguém mais a sentiu.
não olhava
nem levava nada
era ela
partiu de madrugada.

andou por aí estes dias
cabisbaixa e calada.
trazia
pão num saco
e pedia
cenouras e laranjas no mercado.
como tinha um buraco no vestido e
não se penteava diziam
que era turista
ou artista do Reino Unido
não sabiam.

tinha na boca o lume inumerável de uma papoula
da Turquia ou da Tailândia
e nos dentes toda a neve da Sibéria ou da Finlândia.
ao pisar era crioula
e no bronze dos ombros
menina
latina
ou africana.
flor de tremoço da Califórnia seus olhos de Hera
e a cigana
de Granada
ali à espera
ao ler-lhe a sina
não leu nada.

andava meio nua
deu aos ombros ao polícia
que nem lhe arrancou o nome.
_ "deitas as cascas na rua
vai à merda"
disse o guarda
"mata a fome
mas não sujes a cidade
a multa são dois mil paus
que puta de liberdade".

era ela.

dormia nos
degraus das primeiras escadas que
alguém lhe consentia.

era ela.

_ "já foi à fava"
disse o guarda que a via
da janela
para os botões da farda.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

segunda-feira, 17 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES


FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
SETE MEDITAÇÕES SOBRE MIGUEL TORGA
(Ensaio)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES


FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - OBRA POÉTICA / ANTOLOGIA.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

QUINZE DIAS DEPOIS

no entanto os rios continuaram
braços azuis cheios de horas redondas e de argolas.

a barba dos homens continuou crescendo
durante a noite ela cresce por debaixo da luz
entre as unhas e a lua.

ah minha compenheira a brecha no muro a
boca redonda por onde se ouvem os
insectos cantando nos relógios. o
mesmo vento suão de sempre. a janela vazia. a
cinza acumulada sobre os horizontes.

era morte a palavra. frio. nunca
mais a última palavra.
no entanto os rios continuaram
bebendo os pássaros os ramos dos negrilhos.

era morte a palavra.
o medo a sua estrada. os rios continuaram
por onde ela não passa.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

quarta-feira, 12 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - ANDAMENTO (Poesia).
Capa de NADIR AFONSO.

domingo, 9 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

mas as árvores crescem enquanto a
tua pele desliza e os
teus seios se demoram nos meus dedos. é
tudo memória. beijo-te de joelhos. Deus
existe no falo que cresce. luzem no
céu estrelas inabitadas. como apagar no
meu o teu corpo ausente. é
tudo memória. o prazer não mente nem a
seiva nem o aroma das algas no fundo do mar

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quarta-feira, 5 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SER E LER MIGUEL TORGA.

terça-feira, 4 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - ASSINALADOS.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SER TORGA.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - JÚBILO DA SEIVA

terça-feira, 27 de abril de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

2007 - ANTÓNIO CABRAL
2008 - CLÁUDIO LIMA
2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
2010 - ANTÓNIO FORTUNA

segunda-feira, 19 de abril de 2010

ClÁUDIO LIMA

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
CLÁUDIO LIMA foi o laureado. A emoção esteve presente
neste digno e comovente acto cultural.
Foto: Amândio Vieira

CLÁUDIO LIMA

Entrega do PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
O Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima
no uso da palavra.
CLÁUDIO LIMA foi, em 2008, o laureado. O Livro A FOZ DAS PALAVRAS
tem capa com coroa de louros.
Foto: Amândio Vieira

quarta-feira, 14 de abril de 2010

CLÁUDIO LIMA

CONVITE
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
dia 16 (sexta), às 17 h
Salão Nobre
CÂMARA MUNICIPAL - PONTE DE LIMA

CLÁUDIO LIMA

IRMÃO POETA

irmão poeta

no meio das palavras
às cinco em ponto da tarde
o nosso encontro fraterno

lá estará garcia lorca
com o abraço de espanha
com os versos
metálicos de um clarim

às cinco em ponto da tarde
a hora de sermos santos
ou malditos
pelo uso intenso da verdade

a hora das mãos rimadas
com o eco dos gritos
sem idade

Poema de CLÁUDIO LIMA - Livro A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto

CLÁUDIO LIMA

O ECO DOS LIMOS

sabem a lágrimas de marujos ternos
as longas franjas de seus braços mortos

descompostos como velhas mães
sacrificam na praia os seus presságios

o frescor ácido de seu corpo mole
é a química provisória dos naufrágios

Poema de CLÁUDIO LIMA - Livro A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto

CLÁUDIO LIMA




CLÁUDIO LIMA - A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

STABAT MATER

Um dia (talvez um dia só) eu fui menino
era de tarde e havia sol (há sempre sol na
memória de ver-te a cada instante
vigilante aos
prodígios do meu próprio destino)

e eu joguei no Largo à minha idade
aos arcos e aos piões aos
polícias e ladrões e
à pura liberdade

e não voltei ao Largo hoje
resta a árvore bravia que me fiz
o caule que construiu a sua história
mudando a tua memória no
ar que respira e na raiz.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

terça-feira, 13 de abril de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

como o primeiro momento da luz dentro do mundo
assim o nosso primeiro amor

pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face

das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento

e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

domingo, 11 de abril de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

era a idade do fogo e do degelo

puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados

tinham acabado de nascer as flores de larangeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

sexta-feira, 2 de abril de 2010

BOA PÁSCOA



Desenho de ESPIGA Pinto

terça-feira, 23 de março de 2010

DIANA ADAMEK

CONVITE
A Câmara Municipal do Porto, Diana Adamek, Tanty Ungureanu e a Editora Tartaruga convidam para a apresentação do livro
VASCO DA GAMA NAVEGA
a acontecer no dia 24 de Março, pelas 18 h, na Sala da Música do
Palacete dos Viscondes de Balsemão.
Momento Musical com Radu Ungureanu
(Violinista - Concertino Assistente da Orquestra Nacional do Porto).
Palecete dos Viscondes de Balsemão
Praça de Carlos Alberto, 71
4050-157 Porto

JOAQUIM DE BARROS FERREIRA

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
A mesa foi constituída por Ribeiro Aires (apresentou) MIL VOZES EM CONSERTO,
o laureado Joaquim de Barros Ferreira, o Governador do Governo Civil e a
Directora da Editora Tartaruga (promotora do Prémio).

JOAQUIM DE BARROS FERREIRA

O Salão Nobre do Governo Civil, em Vila Real, foi pequeno para receber
mais de 80 convidados que assistiram à entrega do
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.

JOAQUIM DE BARROS FERREIRA

JOAQUIM DE BARROS FERREIRA é autor do livro MIL VOZES EM CONSERTO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.

domingo, 14 de março de 2010

JOAQUIM DE BARROS FERREIRA



PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
entregue a
JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
MIL VOZES EM CONSERTO
no Salão Nobre do Governo Civil
pelas 21, 30 h, dia 19 de Março, em Vila Real.
Capa ESPIGA Pinto

sexta-feira, 12 de março de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo

fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

quinta-feira, 11 de março de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

VITA BREVIS

mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quarta-feira, 10 de março de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

e tu que conheces o reino silencioso
das formas e dos gestos
serenamente a ti regressas da perplexidade

e sobre a areia lisa te deitas e recolhes
com as mãos postas
e os olhos rasos de esquecimento

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

terça-feira, 9 de março de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

caminho que acaba aqui
em ti
e em mim.
no seu fim
no seu começo
(ainda não parti
e já regresso).

mas nada volta ao lugar
que nunca teve.
instante de um olhar
só ele traçou
um caminho tão breve.
brilho de luz na neve
que uma sombra de ave
apagou.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

domingo, 7 de março de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES em Seoul, em 1988.

sexta-feira, 5 de março de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

(. . . ) Os mais graves abusos de que a obra de Miguel Torga tem sido vítima têm surgido da exegese de certa "analítica" proselitista a que o absolutismo publicitário vinha reduzindo a crítica em Portugal.
Foi na arbitrariedade e na miopia desses técnicos da literatura que o mercantilismo editorial teve os seus mais eficazes prospectores. Criara-se entre o crítico e o escritor uma espécie de cumplicidade conjugal e arcádica, tipo nó de serpente. Já quase só se escreviam os "códigos" e as "cifras" de que o crítico poderia fazer demonstrações, - e que já não eram só uma forma de guerrilha literária contra a Censura. A sinistrose literária era tão snob como uma casaca de academia. Hoje, que a "mudança" portuguesa permite uma decifração dessa criptografia generalizada, vemos como não houve desonestidade intelectual que ela não vestisse. (. . . )
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SETE MEDITAÇÕES SOBRE MIGUEL TORGA

sábado, 27 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo

fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DIANA ADAMEK


DIANA ADAMEK - VASCO DA GAMA NAVEGA
Tradutora - TANTY UNGUREANU
Capa - ESPIGA PINTO
APRESENTAÇÃO
ANA PAULA FORTUNA e TANTY UNGUREANU
dia 26 de Fevereiro, pelas 21,30 H.
Auditório da Escola Secundária Camilo Castelo Branco
Vila Real
Momento Musical com o Violinista da Orquestra Nacional
da Casa da Música
RADU UNGUREANU

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

QUINZE DIAS DEPOIS

no entanto os rios continuaram
braços azuis cheios de horas redondas e de argolas.

a barba dos homens continuou crescendo
durante a noite ela cresce por debaixo da luz
entre as unhas e a lua.

ah minha companheira a brecha no muro a
boca redonda por onde se ouvem os
insectos cantando nos relógios. o
mesmo vento suão de sempre. a janela vazia. a
cinza acumulada sobre os horizontes.

era morte a palavra. frio. nunca
mais a última palavra.
no entanto os rios continuaram
bebendo os pássaros os ramos dos negrilhos.

era morte a palavra.
o medo a sua estrada. os rios continuaram
por onde ela não passa.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES e CLÁUDIO LIMA

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES e CLÁUDIO LIMA - Luanda, 1969.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - JÚBILO DA SEIVA

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

desdobram o nevoeiro sobre os corpos nus. cheiram a
chuva e suor. há uma laranja uma hidra um
maço de cigarros sobre um
capitel em
que a memória parada e branca está
descrita. e
quando no nevoeiro os vê submersos uma
Erínia grita que
atravessam seus corpos os meus versos

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Aqui onde hoje precisamente este
momento te anuncia
o mesmo encontro pressentido
no teu olhar marejado e
o silêncio colado à luz vazia
seguindo o ruído da
sombra de alguém que está chegando do outro lado.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

domingo, 7 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

ARANJUEZ

Voltaram as flores as anémonas os
jasmins os lilazes e as mimosas
substantivas sem memória chegaram as
rosas
a cujo aroma os sentidos contaram a
nossa breve história

chegou o dia perfeito das mãos dadas
dos corpos unidos
das pétalas contadas
de todos os encantamentos prometidos
pelas fadas

era pois de esperar que assim
tu viesses ocupar
nua e perfeita o teu lugar
no jardim

mas voltaram as flores e sobre o Tejo
que nos vales se esconde
irão suas pétalas caindo
sílabas de um nome que se irão unindo
para além do horizonte não sei onde.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

sábado, 6 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2010 - ANTÓNIO FORTUNA
2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
2008 - CLÁUDIO LIMA
2007 - ANTÓNIO CABRAL

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ANTÓNIO FORTUNA

Apresentação do livro
FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA
O Auditório da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real,
foi pequeno para receber mais de 150 convidados.
O sucesso do Autor foi heróico.
ANTÓNIO FORTUNA é PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

SER E LER MIGUEL TORGA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

domingo, 31 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

PLAZA BIB-RAMBLA

Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo

fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

sábado, 30 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

PATIO DE LOS LEONES

Passariam um dia as nossas vidas sob
estes arcos de filigrana abstracta e minuciosa
momento a momento anunciada cada
breve emoção estava prevista

um cavalo passa na memória do
quotidiano que aqui decorreu seguiremos
até ao pátio do encantador de serpentes a
sua flauta a infância nos acorda na inconsciência

era uma vez uma fada que daqui partiu de
cabelos dourados e
aqui viemos ver se eram realidade os
seus leões alados e
se o amor que os contou e a
fé que os escutou eram verdade.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

e tu voltaste então o rosto para o mar o
corpo nu apenas das
minhas mãos vestido

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

domingo, 24 de janeiro de 2010

ANTÓNIO FORTUNA


APRESENTAÇÃO
FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA
Aguarelas - ABEL FORTUNA
27 de Janeiro - 21,30 H
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMILO CASTELO BRANCO
VILA REAL
Apresentação a cargo de
ANA PAULA FORTUNA e HENRIQUE MORGADO

sábado, 23 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

hoje nada te prometo

neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas

horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

DIANA ADAMEK

DIANA ADAMEK - VASCO DA GAMA NAVEGA
Tradução - TANTY UNGUREANU
Capa - ESPIGA PINTO

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

medo de te perder e medo de te amar medo ao
sol que se põe e ao dia que
amanhece medo ao
teu lugar vazio à ausência pura onde a
tua evidência permanece

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

domingo, 17 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

VITA BREVIS

mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

sábado, 16 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

EM SILÊNCIO VAMOS

em silêncio vamos para o
jardim para o bosque ou para o rio não
sabemos

o jardim onde nos conhecemos o bosque onde nos amámos
o rio onde jogámos e em silêncio vamos

nenhum gesto sobrepomos aos dos dias passados apenas
o sangue bate ao mesmo ritmo e
dizemos que estamos mudados e
que nada virá em lugar do que já fomos

o jardim ou o bosque ou o rio qual
deles chegará primeiro da memória à vontade da
saudade ao desejo das
mãos dadas a um beijo

mas juntos caminhando em breve soubemos
que dentro de nós
seguíamos sós
promessas trocámos que não cumpriremos e
enquanto regressamos em silêncio
vamos

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

vê só os
nardos secaram e há
pouco choveu no
tenebroso mar se separaram os
nossos barcos e
havia luar anoitecia quando
partimos e
havia sol

levou o vento norte para as dunas os
aromas dos nardos dos lírios e
dos ciprestes sílaba por
sílaba o
teu nome

acenderam-se as luzes da cidade um
comboio parte para
sempre de um cais de pedra e água verde e
eu regresso

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

era a idade do fogo e do degelo

puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados

tinham acabado de nascer as flores de laranjeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Granada (Espanha), 1985.