sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
STABAT MATER
Um dia (talvez um dia só) eu fui menino
era de tarde e havia sol (há sempre sol na
memória de ver-te a cada instante
vigilante aos
prodígios do meu próprio destino)
e eu joguei no Largo à minha idade
aos arcos e aos piões aos
polícias e ladrões e
à pura liberdade
e não voltei ao Largo hoje
resta a árvore bravia que me fiz
o caule que construiu a sua história
mudando a tua memória no
ar que respira e na raiz.
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - MEMÓRIA IMPERFEITA
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
AMOR AO DOURO
(Tintas aguadas)
Há muito tempo que não vou ao Douro,
Mas sei que sempre posso imaginá-lo. . .
E porque não(!) pecar e desenhá-lo,
Mordendo a maçã daquele tesouro.
Levantei voo, então, de um miradouro,
Desenhando uma cobra a retratá-lo.
Lutei durante horas pr'a curvá-lo,
Fazendo do inferno ancoradouro.
Pintei de azul as águas de garoto
P'ra que estrelas do céu o navegassem
E as vidas dos humildes fermentassem.
Pintei o néctar e risquei suor,
Escorrendo dos socalcos em castanho.
Se o não pintei, tentei escrever-lhe o amor!
(Tintas aguadas)
Há muito tempo que não vou ao Douro,
Mas sei que sempre posso imaginá-lo. . .
E porque não(!) pecar e desenhá-lo,
Mordendo a maçã daquele tesouro.
Levantei voo, então, de um miradouro,
Desenhando uma cobra a retratá-lo.
Lutei durante horas pr'a curvá-lo,
Fazendo do inferno ancoradouro.
Pintei de azul as águas de garoto
P'ra que estrelas do céu o navegassem
E as vidas dos humildes fermentassem.
Pintei o néctar e risquei suor,
Escorrendo dos socalcos em castanho.
Se o não pintei, tentei escrever-lhe o amor!
ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2010
SONATA AO DOURO - ANTÓNIO FORTUNA
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
SONATA AO DOURO - ANTÓNIO FORTUNA
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
hoje nada te prometo
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro JÚBILO DA SEIVA
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro JÚBILO DA SEIVA
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
ANTÓNIO TELMO
ANTÓNIO TELMO
1927 - 2010
Obra Publicada:
ARTE POÉTICA
HISTÓRIA SECRETA DE PORTUGAL
GRAMÁTICA SECRETA DE PORTUGAL
DESEMBARQUE DOS MANIQUEUS NA ILHA DE CAMÕES
FILOSOFIA E KABBALAH
O BATELEUR
O HORÓSCOPO DE PORTUGAL
CONTOS
VIAGEM A GRANADA
CONTOS SECRETOS
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
TEMPO DO TEMPO
Não caibo neste instante nesta hora
neste dia.
Nos meus olhos montes e pinhais.
Aí me aguarda e demora
cada palavra que repetira
aos gestos iguais.
Longe respira o mar.
Nas ondas uma a uma
a rósea pele do sol a espada nua do luar
crinas e
narinas
de rochedos de quilhas e de espuma.
Pó de caminhos maratonas e viagens
a minha história
não cabe na minha memória
transborda como um rio para as margens.
Os dedos enclavitados na guitarra
cada vibração
em puxão
de amarra.
Parte-se-me nas artérias toda a melodia
da vida.
Igual e repetida
nenhum sentido a guia.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
Não caibo neste instante nesta hora
neste dia.
Nos meus olhos montes e pinhais.
Aí me aguarda e demora
cada palavra que repetira
aos gestos iguais.
Longe respira o mar.
Nas ondas uma a uma
a rósea pele do sol a espada nua do luar
crinas e
narinas
de rochedos de quilhas e de espuma.
Pó de caminhos maratonas e viagens
a minha história
não cabe na minha memória
transborda como um rio para as margens.
Os dedos enclavitados na guitarra
cada vibração
em puxão
de amarra.
Parte-se-me nas artérias toda a melodia
da vida.
Igual e repetida
nenhum sentido a guia.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
domingo, 8 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
ESTA CANÇÃO
esta canção é tua
e o tempo de ta cantar
também.
ninguém
prendeu no fundo de um lago a lua
a não ser
Lafontaine-a-escrever.
esta canção é tua
e aqui ta escrevo e digo
abelha que fala e só diz mel.
a pena é uma haste de trigo
e as palavras sombras
no luar do papel.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO
esta canção é tua
e o tempo de ta cantar
também.
ninguém
prendeu no fundo de um lago a lua
a não ser
Lafontaine-a-escrever.
esta canção é tua
e aqui ta escrevo e digo
abelha que fala e só diz mel.
a pena é uma haste de trigo
e as palavras sombras
no luar do papel.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO
sexta-feira, 30 de julho de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VITA BREVIS
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
quinta-feira, 29 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
FERNANDO NUNES
INTIMIDADE
FERNANDO NUNES - Livro SOMBRAS DA ALMA
Era uma vez uma pequena aldeia, suspensa na vertente da montanha, como se aquela cordilheira que se desencadeava a uma dúzia de metros do lago da planície verdejante e subia numa quase linha vertical perfeita até ao pico mais afiado e próximo do céu, tivesse sido tocada por alguma mão das divindades das neves. A uns escassos duzentos metros do topo, a parede rochosa era quebrada bruscamente na sua verticalidade por uma terra plana, que nunca fora medida em quilómetros, mas que em passos lentos de velhice, demorava meia hora a ser percorrida, na direcção de qualquer um dos quatro horizontes. Aí, a minúscula aldeia, de casas construídas com pedras de calcário, brilhava no cintilar de uma luz quase líquida. Brilhava ainda na serenidade do seu silencioso isolamento e ao redor do braseiro de uma lareira, nas longas horas de reclusão, impostas pelos dias escurecidos dos temporais de Inverno. Contudo, era nos olhos dos seus habitantes que toda essa infinita luminosidade se evidenciava, como cristais, espelhando a verdade da alma de cada um. A aldeia parecia estar mais próxima do alto, do que do mundo terrestre ( . . .).
FERNANDO NUNES - Livro SOMBRAS DA ALMA
quarta-feira, 7 de julho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
HISTÓRIA DE UMA ROSA
deu à luz da manhã toda a sua cor e perfeição
floriu a rosa e
não foi ver ao espelho
sua forma de boca sua cor de fogo
vago desejo de forma o seu perfume depois
cobriu o sulco de cada pétala morta
abandonada ao vento
manchados da sua cor dedos se devoravam
estilhaçando os olhos que a choravam
gestos de a colher se dispersavam
e nos lábios palavras se matavam
a rosa estiolou e morreu
a harmonia do jardim passou além
em seu espaço inútil
suas pétalas secas e seu tempo perdido
que nenhuma memória contemplava.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
deu à luz da manhã toda a sua cor e perfeição
floriu a rosa e
não foi ver ao espelho
sua forma de boca sua cor de fogo
vago desejo de forma o seu perfume depois
cobriu o sulco de cada pétala morta
abandonada ao vento
manchados da sua cor dedos se devoravam
estilhaçando os olhos que a choravam
gestos de a colher se dispersavam
e nos lábios palavras se matavam
a rosa estiolou e morreu
a harmonia do jardim passou além
em seu espaço inútil
suas pétalas secas e seu tempo perdido
que nenhuma memória contemplava.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
domingo, 27 de junho de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VII
mesmo perdida cada
aposta em ti
renova em si o
sentido único da vida
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
mesmo perdida cada
aposta em ti
renova em si o
sentido único da vida
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
sexta-feira, 25 de junho de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
SETEMBRO
e tu que conheces o reino silencioso
das formas e dos gestos
serenamente a ti regressas da perplexidade
e sobre a areia lisa te deitas e recolhes
com as mãos postas
e os olhos rasos de esquecimento
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
e tu que conheces o reino silencioso
das formas e dos gestos
serenamente a ti regressas da perplexidade
e sobre a areia lisa te deitas e recolhes
com as mãos postas
e os olhos rasos de esquecimento
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
sábado, 19 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
hoje nada te prometo
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA
segunda-feira, 7 de junho de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2007 - ANTÓNIO CABRAL
2008 - CLÁUDIO LIMA
2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
2010 - ANTÓNIO FORTUNA
domingo, 6 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
Depois de tempo, tempo vem
ABERTURA NO SILÊNCIO
FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA
ABERTURA NO SILÊNCIO
A porta abriu-se com uma chave grande e lisa, rodando para a esquerda uma fechadura já desengonçada do uso. A luz entra e entabula um diálogo com a sombra e o silêncio guardados no pequeno pátio que antecede as escadas assimétricas e íngremes.
A luz fez chilrear as sete andorinhas de barro, em formação de gala, pregadas na parede caiada de branco. Pelo menos assim pareceu aos olhos que as olharam, matando as saudades de longos tempos de ausência. Sim, que os olhos também ouvem, tal como os ouvidos vêem na escuridão, porque, se assim não fosse, não nos orientaríamos no escuro através dos sons. (. . . )
FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA
segunda-feira, 24 de maio de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
Festa em BRUÇÓ. A Junta de Freguesia foi pequena para receber tantos convidados e tantas emoções !
Dia 22 de Maio, em BRUÇÓ, foi apresentado o livro de Contos FRESCOS DA MEMÓRIA.
Abel Fortuna (autor das aguarelas), António Fortuna (autor do livro), Miguel Rito (Presidente da Junta de Freguesia) e Paula Fortuna (apresentadora do livro).
Foto - Paulo Fortuna
domingo, 23 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
O NOME
Muitos lhe escreveram o nome ao lado da
sua assinatura de prospectos
outros gastaram os cigarros no horário incerto
do seu cais
mãe da morte e das grades vendou os
olhos aos pássaros de inverno
nocturna profecia
de noite anunciada
liberdade liberdade
intramuscular profunda madrugada.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
Muitos lhe escreveram o nome ao lado da
sua assinatura de prospectos
outros gastaram os cigarros no horário incerto
do seu cais
mãe da morte e das grades vendou os
olhos aos pássaros de inverno
nocturna profecia
de noite anunciada
liberdade liberdade
intramuscular profunda madrugada.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
terça-feira, 18 de maio de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
A TURISTA DE ABRIL
Era ela.
ia em camisa descalça
e ninguém mais a sentiu.
não olhava
nem levava nada
era ela
partiu de madrugada.
andou por aí estes dias
cabisbaixa e calada.
trazia
pão num saco
e pedia
cenouras e laranjas no mercado.
como tinha um buraco no vestido e
não se penteava diziam
que era turista
ou artista do Reino Unido
não sabiam.
tinha na boca o lume inumerável de uma papoula
da Turquia ou da Tailândia
e nos dentes toda a neve da Sibéria ou da Finlândia.
ao pisar era crioula
e no bronze dos ombros
menina
latina
ou africana.
flor de tremoço da Califórnia seus olhos de Hera
e a cigana
de Granada
ali à espera
ao ler-lhe a sina
não leu nada.
andava meio nua
deu aos ombros ao polícia
que nem lhe arrancou o nome.
_ "deitas as cascas na rua
vai à merda"
disse o guarda
"mata a fome
mas não sujes a cidade
a multa são dois mil paus
que puta de liberdade".
era ela.
dormia nos
degraus das primeiras escadas que
alguém lhe consentia.
era ela.
_ "já foi à fava"
disse o guarda que a via
da janela
para os botões da farda.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
Era ela.
ia em camisa descalça
e ninguém mais a sentiu.
não olhava
nem levava nada
era ela
partiu de madrugada.
andou por aí estes dias
cabisbaixa e calada.
trazia
pão num saco
e pedia
cenouras e laranjas no mercado.
como tinha um buraco no vestido e
não se penteava diziam
que era turista
ou artista do Reino Unido
não sabiam.
tinha na boca o lume inumerável de uma papoula
da Turquia ou da Tailândia
e nos dentes toda a neve da Sibéria ou da Finlândia.
ao pisar era crioula
e no bronze dos ombros
menina
latina
ou africana.
flor de tremoço da Califórnia seus olhos de Hera
e a cigana
de Granada
ali à espera
ao ler-lhe a sina
não leu nada.
andava meio nua
deu aos ombros ao polícia
que nem lhe arrancou o nome.
_ "deitas as cascas na rua
vai à merda"
disse o guarda
"mata a fome
mas não sujes a cidade
a multa são dois mil paus
que puta de liberdade".
era ela.
dormia nos
degraus das primeiras escadas que
alguém lhe consentia.
era ela.
_ "já foi à fava"
disse o guarda que a via
da janela
para os botões da farda.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
segunda-feira, 17 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
QUINZE DIAS DEPOIS
no entanto os rios continuaram
braços azuis cheios de horas redondas e de argolas.
a barba dos homens continuou crescendo
durante a noite ela cresce por debaixo da luz
entre as unhas e a lua.
ah minha compenheira a brecha no muro a
boca redonda por onde se ouvem os
insectos cantando nos relógios. o
mesmo vento suão de sempre. a janela vazia. a
cinza acumulada sobre os horizontes.
era morte a palavra. frio. nunca
mais a última palavra.
no entanto os rios continuaram
bebendo os pássaros os ramos dos negrilhos.
era morte a palavra.
o medo a sua estrada. os rios continuaram
por onde ela não passa.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
no entanto os rios continuaram
braços azuis cheios de horas redondas e de argolas.
a barba dos homens continuou crescendo
durante a noite ela cresce por debaixo da luz
entre as unhas e a lua.
ah minha compenheira a brecha no muro a
boca redonda por onde se ouvem os
insectos cantando nos relógios. o
mesmo vento suão de sempre. a janela vazia. a
cinza acumulada sobre os horizontes.
era morte a palavra. frio. nunca
mais a última palavra.
no entanto os rios continuaram
bebendo os pássaros os ramos dos negrilhos.
era morte a palavra.
o medo a sua estrada. os rios continuaram
por onde ela não passa.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
quarta-feira, 12 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
mas as árvores crescem enquanto a
tua pele desliza e os
teus seios se demoram nos meus dedos. é
tudo memória. beijo-te de joelhos. Deus
existe no falo que cresce. luzem no
céu estrelas inabitadas. como apagar no
meu o teu corpo ausente. é
tudo memória. o prazer não mente nem a
seiva nem o aroma das algas no fundo do mar
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
tua pele desliza e os
teus seios se demoram nos meus dedos. é
tudo memória. beijo-te de joelhos. Deus
existe no falo que cresce. luzem no
céu estrelas inabitadas. como apagar no
meu o teu corpo ausente. é
tudo memória. o prazer não mente nem a
seiva nem o aroma das algas no fundo do mar
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
quarta-feira, 5 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2007 - ANTÓNIO CABRAL
2008 - CLÁUDIO LIMA
2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
2010 - ANTÓNIO FORTUNA
segunda-feira, 19 de abril de 2010
ClÁUDIO LIMA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
CLÁUDIO LIMA foi o laureado. A emoção esteve presente
neste digno e comovente acto cultural.
Foto: Amândio Vieira
CLÁUDIO LIMA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
O Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima
no uso da palavra.
CLÁUDIO LIMA foi, em 2008, o laureado. O Livro A FOZ DAS PALAVRAS
tem capa com coroa de louros.
Foto: Amândio Vieira
quarta-feira, 14 de abril de 2010
CLÁUDIO LIMA
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
dia 16 (sexta), às 17 h
Salão Nobre
CÂMARA MUNICIPAL - PONTE DE LIMA
CLÁUDIO LIMA
IRMÃO POETA
irmão poeta
no meio das palavras
às cinco em ponto da tarde
o nosso encontro fraterno
lá estará garcia lorca
com o abraço de espanha
com os versos
metálicos de um clarim
às cinco em ponto da tarde
a hora de sermos santos
ou malditos
pelo uso intenso da verdade
a hora das mãos rimadas
com o eco dos gritos
sem idade
Poema de CLÁUDIO LIMA - Livro A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto
irmão poeta
no meio das palavras
às cinco em ponto da tarde
o nosso encontro fraterno
lá estará garcia lorca
com o abraço de espanha
com os versos
metálicos de um clarim
às cinco em ponto da tarde
a hora de sermos santos
ou malditos
pelo uso intenso da verdade
a hora das mãos rimadas
com o eco dos gritos
sem idade
Poema de CLÁUDIO LIMA - Livro A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto
CLÁUDIO LIMA
O ECO DOS LIMOS
sabem a lágrimas de marujos ternos
as longas franjas de seus braços mortos
descompostos como velhas mães
sacrificam na praia os seus presságios
o frescor ácido de seu corpo mole
é a química provisória dos naufrágios
Poema de CLÁUDIO LIMA - Livro A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto
sabem a lágrimas de marujos ternos
as longas franjas de seus braços mortos
descompostos como velhas mães
sacrificam na praia os seus presságios
o frescor ácido de seu corpo mole
é a química provisória dos naufrágios
Poema de CLÁUDIO LIMA - Livro A FOZ DAS PALAVRAS
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Capa - ESPIGA Pinto
CLÁUDIO LIMA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
STABAT MATER
Um dia (talvez um dia só) eu fui menino
era de tarde e havia sol (há sempre sol na
memória de ver-te a cada instante
vigilante aos
prodígios do meu próprio destino)
e eu joguei no Largo à minha idade
aos arcos e aos piões aos
polícias e ladrões e
à pura liberdade
e não voltei ao Largo hoje
resta a árvore bravia que me fiz
o caule que construiu a sua história
mudando a tua memória no
ar que respira e na raiz.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
Um dia (talvez um dia só) eu fui menino
era de tarde e havia sol (há sempre sol na
memória de ver-te a cada instante
vigilante aos
prodígios do meu próprio destino)
e eu joguei no Largo à minha idade
aos arcos e aos piões aos
polícias e ladrões e
à pura liberdade
e não voltei ao Largo hoje
resta a árvore bravia que me fiz
o caule que construiu a sua história
mudando a tua memória no
ar que respira e na raiz.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
terça-feira, 13 de abril de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
como o primeiro momento da luz dentro do mundo
assim o nosso primeiro amor
pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face
das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento
e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
assim o nosso primeiro amor
pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face
das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento
e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
domingo, 11 de abril de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
era a idade do fogo e do degelo
puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados
tinham acabado de nascer as flores de larangeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados
tinham acabado de nascer as flores de larangeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
sexta-feira, 2 de abril de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
DIANA ADAMEK
A Câmara Municipal do Porto, Diana Adamek, Tanty Ungureanu e a Editora Tartaruga convidam para a apresentação do livro
VASCO DA GAMA NAVEGA
a acontecer no dia 24 de Março, pelas 18 h, na Sala da Música do
Palacete dos Viscondes de Balsemão.
Momento Musical com Radu Ungureanu
(Violinista - Concertino Assistente da Orquestra Nacional do Porto).
Palecete dos Viscondes de Balsemão
Praça de Carlos Alberto, 71
4050-157 Porto
JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
A mesa foi constituída por Ribeiro Aires (apresentou) MIL VOZES EM CONSERTO,
o laureado Joaquim de Barros Ferreira, o Governador do Governo Civil e a
Directora da Editora Tartaruga (promotora do Prémio).
JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
mais de 80 convidados que assistiram à entrega do
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.
domingo, 14 de março de 2010
JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
sexta-feira, 12 de março de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
quinta-feira, 11 de março de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VITA BREVIS
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
quarta-feira, 10 de março de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
e tu que conheces o reino silencioso
das formas e dos gestos
serenamente a ti regressas da perplexidade
e sobre a areia lisa te deitas e recolhes
com as mãos postas
e os olhos rasos de esquecimento
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
das formas e dos gestos
serenamente a ti regressas da perplexidade
e sobre a areia lisa te deitas e recolhes
com as mãos postas
e os olhos rasos de esquecimento
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
terça-feira, 9 de março de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
caminho que acaba aqui
em ti
e em mim.
no seu fim
no seu começo
(ainda não parti
e já regresso).
mas nada volta ao lugar
que nunca teve.
instante de um olhar
só ele traçou
um caminho tão breve.
brilho de luz na neve
que uma sombra de ave
apagou.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
em ti
e em mim.
no seu fim
no seu começo
(ainda não parti
e já regresso).
mas nada volta ao lugar
que nunca teve.
instante de um olhar
só ele traçou
um caminho tão breve.
brilho de luz na neve
que uma sombra de ave
apagou.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
domingo, 7 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
(. . . ) Os mais graves abusos de que a obra de Miguel Torga tem sido vítima têm surgido da exegese de certa "analítica" proselitista a que o absolutismo publicitário vinha reduzindo a crítica em Portugal.
Foi na arbitrariedade e na miopia desses técnicos da literatura que o mercantilismo editorial teve os seus mais eficazes prospectores. Criara-se entre o crítico e o escritor uma espécie de cumplicidade conjugal e arcádica, tipo nó de serpente. Já quase só se escreviam os "códigos" e as "cifras" de que o crítico poderia fazer demonstrações, - e que já não eram só uma forma de guerrilha literária contra a Censura. A sinistrose literária era tão snob como uma casaca de academia. Hoje, que a "mudança" portuguesa permite uma decifração dessa criptografia generalizada, vemos como não houve desonestidade intelectual que ela não vestisse. (. . . )
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - SETE MEDITAÇÕES SOBRE MIGUEL TORGA
sábado, 27 de fevereiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem o lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
DIANA ADAMEK
DIANA ADAMEK - VASCO DA GAMA NAVEGA
Tradutora - TANTY UNGUREANU
Capa - ESPIGA PINTO
APRESENTAÇÃO
ANA PAULA FORTUNA e TANTY UNGUREANU
dia 26 de Fevereiro, pelas 21,30 H.
Auditório da Escola Secundária Camilo Castelo Branco
Vila Real
Momento Musical com o Violinista da Orquestra Nacional
da Casa da Música
RADU UNGUREANU
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
QUINZE DIAS DEPOIS
no entanto os rios continuaram
braços azuis cheios de horas redondas e de argolas.
a barba dos homens continuou crescendo
durante a noite ela cresce por debaixo da luz
entre as unhas e a lua.
ah minha companheira a brecha no muro a
boca redonda por onde se ouvem os
insectos cantando nos relógios. o
mesmo vento suão de sempre. a janela vazia. a
cinza acumulada sobre os horizontes.
era morte a palavra. frio. nunca
mais a última palavra.
no entanto os rios continuaram
bebendo os pássaros os ramos dos negrilhos.
era morte a palavra.
o medo a sua estrada. os rios continuaram
por onde ela não passa.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
no entanto os rios continuaram
braços azuis cheios de horas redondas e de argolas.
a barba dos homens continuou crescendo
durante a noite ela cresce por debaixo da luz
entre as unhas e a lua.
ah minha companheira a brecha no muro a
boca redonda por onde se ouvem os
insectos cantando nos relógios. o
mesmo vento suão de sempre. a janela vazia. a
cinza acumulada sobre os horizontes.
era morte a palavra. frio. nunca
mais a última palavra.
no entanto os rios continuaram
bebendo os pássaros os ramos dos negrilhos.
era morte a palavra.
o medo a sua estrada. os rios continuaram
por onde ela não passa.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
desdobram o nevoeiro sobre os corpos nus. cheiram a
chuva e suor. há uma laranja uma hidra um
maço de cigarros sobre um
capitel em
que a memória parada e branca está
descrita. e
quando no nevoeiro os vê submersos uma
Erínia grita que
atravessam seus corpos os meus versos
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
chuva e suor. há uma laranja uma hidra um
maço de cigarros sobre um
capitel em
que a memória parada e branca está
descrita. e
quando no nevoeiro os vê submersos uma
Erínia grita que
atravessam seus corpos os meus versos
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Aqui onde hoje precisamente este
momento te anuncia
o mesmo encontro pressentido
no teu olhar marejado e
o silêncio colado à luz vazia
seguindo o ruído da
sombra de alguém que está chegando do outro lado.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
momento te anuncia
o mesmo encontro pressentido
no teu olhar marejado e
o silêncio colado à luz vazia
seguindo o ruído da
sombra de alguém que está chegando do outro lado.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
domingo, 7 de fevereiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
ARANJUEZ
Voltaram as flores as anémonas os
jasmins os lilazes e as mimosas
substantivas sem memória chegaram as
rosas
a cujo aroma os sentidos contaram a
nossa breve história
chegou o dia perfeito das mãos dadas
dos corpos unidos
das pétalas contadas
de todos os encantamentos prometidos
pelas fadas
era pois de esperar que assim
tu viesses ocupar
nua e perfeita o teu lugar
no jardim
mas voltaram as flores e sobre o Tejo
que nos vales se esconde
irão suas pétalas caindo
sílabas de um nome que se irão unindo
para além do horizonte não sei onde.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
Voltaram as flores as anémonas os
jasmins os lilazes e as mimosas
substantivas sem memória chegaram as
rosas
a cujo aroma os sentidos contaram a
nossa breve história
chegou o dia perfeito das mãos dadas
dos corpos unidos
das pétalas contadas
de todos os encantamentos prometidos
pelas fadas
era pois de esperar que assim
tu viesses ocupar
nua e perfeita o teu lugar
no jardim
mas voltaram as flores e sobre o Tejo
que nos vales se esconde
irão suas pétalas caindo
sílabas de um nome que se irão unindo
para além do horizonte não sei onde.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
sábado, 6 de fevereiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2010 - ANTÓNIO FORTUNA
2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
2008 - CLÁUDIO LIMA
2007 - ANTÓNIO CABRAL
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA
O Auditório da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real,
foi pequeno para receber mais de 150 convidados.
O sucesso do Autor foi heróico.
O sucesso do Autor foi heróico.
ANTÓNIO FORTUNA é PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
domingo, 31 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
PLAZA BIB-RAMBLA
Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
Apenas o teu nome memória azul de fumo
assim as mãos vazias
apartarão melhor do tempo dos meus dias
a tua ausência sem rumo
fria corre a água da luz
sobre o teu rosto
uma luz sem lume
fogo posto
do meu corpo
que a cor do teu olhar já não resume.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
sábado, 30 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
PATIO DE LOS LEONES
Passariam um dia as nossas vidas sob
estes arcos de filigrana abstracta e minuciosa
momento a momento anunciada cada
breve emoção estava prevista
um cavalo passa na memória do
quotidiano que aqui decorreu seguiremos
até ao pátio do encantador de serpentes a
sua flauta a infância nos acorda na inconsciência
era uma vez uma fada que daqui partiu de
cabelos dourados e
aqui viemos ver se eram realidade os
seus leões alados e
se o amor que os contou e a
fé que os escutou eram verdade.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
Passariam um dia as nossas vidas sob
estes arcos de filigrana abstracta e minuciosa
momento a momento anunciada cada
breve emoção estava prevista
um cavalo passa na memória do
quotidiano que aqui decorreu seguiremos
até ao pátio do encantador de serpentes a
sua flauta a infância nos acorda na inconsciência
era uma vez uma fada que daqui partiu de
cabelos dourados e
aqui viemos ver se eram realidade os
seus leões alados e
se o amor que os contou e a
fé que os escutou eram verdade.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
e tu voltaste então o rosto para o mar o
corpo nu apenas das
minhas mãos vestido
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
corpo nu apenas das
minhas mãos vestido
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
domingo, 24 de janeiro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
APRESENTAÇÃO
FRESCOS DA MEMÓRIA - ANTÓNIO FORTUNA
Aguarelas - ABEL FORTUNA
27 de Janeiro - 21,30 H
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMILO CASTELO BRANCO
VILA REAL
Apresentação a cargo de
ANA PAULA FORTUNA e HENRIQUE MORGADO
sábado, 23 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
hoje nada te prometo
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
medo de te perder e medo de te amar medo ao
sol que se põe e ao dia que
amanhece medo ao
teu lugar vazio à ausência pura onde a
tua evidência permanece
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
sol que se põe e ao dia que
amanhece medo ao
teu lugar vazio à ausência pura onde a
tua evidência permanece
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
domingo, 17 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VITA BREVIS
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
sábado, 16 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
EM SILÊNCIO VAMOS
em silêncio vamos para o
jardim para o bosque ou para o rio não
sabemos
o jardim onde nos conhecemos o bosque onde nos amámos
o rio onde jogámos e em silêncio vamos
nenhum gesto sobrepomos aos dos dias passados apenas
o sangue bate ao mesmo ritmo e
dizemos que estamos mudados e
que nada virá em lugar do que já fomos
o jardim ou o bosque ou o rio qual
deles chegará primeiro da memória à vontade da
saudade ao desejo das
mãos dadas a um beijo
mas juntos caminhando em breve soubemos
que dentro de nós
seguíamos sós
promessas trocámos que não cumpriremos e
enquanto regressamos em silêncio
vamos
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
em silêncio vamos para o
jardim para o bosque ou para o rio não
sabemos
o jardim onde nos conhecemos o bosque onde nos amámos
o rio onde jogámos e em silêncio vamos
nenhum gesto sobrepomos aos dos dias passados apenas
o sangue bate ao mesmo ritmo e
dizemos que estamos mudados e
que nada virá em lugar do que já fomos
o jardim ou o bosque ou o rio qual
deles chegará primeiro da memória à vontade da
saudade ao desejo das
mãos dadas a um beijo
mas juntos caminhando em breve soubemos
que dentro de nós
seguíamos sós
promessas trocámos que não cumpriremos e
enquanto regressamos em silêncio
vamos
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
vê só os
nardos secaram e há
pouco choveu no
tenebroso mar se separaram os
nossos barcos e
havia luar anoitecia quando
partimos e
havia sol
levou o vento norte para as dunas os
aromas dos nardos dos lírios e
dos ciprestes sílaba por
sílaba o
teu nome
acenderam-se as luzes da cidade um
comboio parte para
sempre de um cais de pedra e água verde e
eu regresso
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
nardos secaram e há
pouco choveu no
tenebroso mar se separaram os
nossos barcos e
havia luar anoitecia quando
partimos e
havia sol
levou o vento norte para as dunas os
aromas dos nardos dos lírios e
dos ciprestes sílaba por
sílaba o
teu nome
acenderam-se as luzes da cidade um
comboio parte para
sempre de um cais de pedra e água verde e
eu regresso
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
era a idade do fogo e do degelo
puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados
tinham acabado de nascer as flores de laranjeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados
tinham acabado de nascer as flores de laranjeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)