quarta-feira, 11 de agosto de 2010

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

TEMPO DO TEMPO

Não caibo neste instante nesta hora
neste dia.
Nos meus olhos montes e pinhais.
Aí me aguarda e demora
cada palavra que repetira
aos gestos iguais.

Longe respira o mar.
Nas ondas uma a uma
a rósea pele do sol a espada nua do luar
crinas e
narinas
de rochedos de quilhas e de espuma.

Pó de caminhos maratonas e viagens
a minha história
não cabe na minha memória
transborda como um rio para as margens.

Os dedos enclavitados na guitarra
cada vibração
em puxão
de amarra.
Parte-se-me nas artérias toda a melodia
da vida.
Igual e repetida
nenhum sentido a guia.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro ANDAMENTO

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