(Tintas aguadas)
Há muito tempo que não vou ao Douro,
Mas sei que sempre posso imaginá-lo. . .
E porque não(!) pecar e desenhá-lo,
Mordendo a maçã daquele tesouro.
Levantei voo, então, de um miradouro,
Desenhando uma cobra a retratá-lo.
Lutei durante horas pr'a curvá-lo,
Fazendo do inferno ancoradouro.
Pintei de azul as águas de garoto
P'ra que estrelas do céu o navegassem
E as vidas dos humildes fermentassem.
Pintei o néctar e risquei suor,
Escorrendo dos socalcos em castanho.
Se o não pintei, tentei escrever-lhe o amor!
ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
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