"Que me atirem uma pedra os que nunca foram despojados de si próprios. Já não tinha outra pátria senão o amor". M.Duras/Hiroshima,meu amor
Tavira, 2 de Maio.
O observador que toda a sua vida viu o mundo através do fumo do cigarro. A criança que toda a sua vida viu o pai através do fumo do cigarro dele. Idem para o amor.Um jovem que parte enfim do sítio do seu crime com um cigarro preso nos dentes. É quase meia noite. Não tenho um tostão no bolso.Sinto que, a partir de agora, talvez precisamente deste momento, todo o meu passado é um caso perdido. Corro ao longo das ruas. Recordo o Vasco: estás marcado, pá! Um dia tive nas mãos um grande amor. De repente notei que tinha para sempre as mãos vazias. O Cláudio diz que somos os filhos das sombras.Penso nos outros rapazes que, através de todas as experiências, caminharam naturalmente para a aquisição do seu equilíbrio interior. (...)
A TARTARUGA é um projecto cultural e humanista, divulga e enobrece a língua e a cultura portuguesas.
Para Platão, a inspiração poética está ligada ao entusiasmo e à posse do sentido do divino.
Para Aristóteles, a poesia, qualquer que seja o seu objecto, heróica ou satírica, e a sua forma, dramática, lírica ou épica pertence às artes de imitação. Enraizada na natureza, a poesia é o lugar de uma verdade mais filosófica e universal do que a simples exactidão histórica.
Porque a história da nossa literatura o impõe e o seu objectivo final é levar aos leitores o registo escrito do pensamento e criatividade que brotam de fontes inesgotáveis aqui estamos, cada vez mais, mostrando a nossa língua no seu melhor e demonstrando que é uma língua viva comunicante, bela e com uma identidade inquestionável.
A essência da escrita é deliciar os leitores e os autores depois da execução lírica, captando cada instante com emoções e atraídos pela maravilhosa interpretação de palavras e imagens representadas e delineadas em cada página do livro.
"Que me atirem uma pedra os que nunca foram despojados de si próprios. Já não tinha outra pátria senão o amor".
ResponderEliminarM.Duras/Hiroshima,meu amor
Tavira, 2 de Maio.
O observador que toda a sua vida viu o mundo através do fumo do cigarro. A criança que toda a sua vida viu o pai através do fumo do cigarro dele. Idem para o amor.Um jovem que parte enfim do sítio do seu crime com um cigarro preso nos dentes.
É quase meia noite. Não tenho um tostão no bolso.Sinto que, a partir de agora, talvez precisamente deste momento, todo o meu passado é um caso perdido. Corro ao longo das ruas. Recordo o Vasco: estás marcado, pá! Um dia tive nas mãos um grande amor. De repente notei que tinha para sempre as mãos vazias. O Cláudio diz que somos os filhos das sombras.Penso nos outros rapazes que, através de todas as experiências, caminharam naturalmente para a aquisição do seu equilíbrio interior. (...)
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F.M.G.