segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ANTÓNIO FORTUNA

LIVRO

Se todo o livro fosse um ferro em brasa,
Deixava marcas fundas como a fome,
Razão por que se lê, mas não se come,
Razão por que alimenta a "tábua rasa".

A página de um livro é uma asa
Que agita leve o ar que se consome,
É ponte sobre um rio que não some,
Saber, conhecimento, que não vaza.

Num dia incerto ouvi alguém dizer:
"Não leio um livro, um livro é que me lê!" . . .
E só agora eu percebi porquê ...

Em aconchego às horas de sofrer,
Um livro é um companheiro que nos vê,
Que nos folheia a vida e nos relê.

Poema de ANTÓNIO FORTUNA, do livro A CHAVE DO DEGREDO.

Sem comentários:

Enviar um comentário