quarta-feira, 30 de abril de 2025
segunda-feira, 28 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VII
mesmo perdida cada
aposta em ti
renova em si o
sentido único da vida
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA, pág. 22
domingo, 27 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
(...)
ouve amor
ao menos esta noite
vem tocar-me
ligeiramente e com um só dos teus dedos
que eu não sei de que segredos
irei ao teu contacto disparar-me
assim
sinto-me o dinamite
de não sei que limite
e de que fim.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - Memória Imperfeita, pág. 42
sexta-feira, 25 de abril de 2025
terça-feira, 22 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
OH LES BEAUX JOURS
oh os belos dias fechados
(por detrás do futuro meu amor
estava este momento)
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO, página 12
Capa de NADIR AFONSO
sábado, 19 de abril de 2025
sexta-feira, 18 de abril de 2025
SEXTA-FEIRA SANTA, de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.
SEXTA- FEIRA SANTA
As trevas caíram sobre a tarde meu amor
ensopados pelo sangue dos espinhos
os meus olhos procuraram sobre os montes
o perfil parado dos pinhais
dobrada sobre a terra
tu eras a torrente dos nossos serenos dias
estavas como uma rola abatida e eu cuspia ao ar
o vinagre e o fel que tu bebias
secaste as lágrimas no véu que ocultava a vergonha
do meu corpo
seguiste com o olhar o grito
e o eco do meu grito
a terra tremeu debaixo dos teus pés e fixaste
nos meus olhos empedrados
a noite que já mais uniria os nossos gestos.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro -ANDAMENTO, página 15
Capa de NADIR AFONSO
quinta-feira, 17 de abril de 2025
terça-feira, 15 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
OS DENTES DO LEITE
Quem matou Jesus Cristo? E a terra
abriu-se
redonda e repetida
o véu do templo rasgou-se-me nos olhos e
cá dentro a infância
dividiu-se
quem matou Jesus Cristo? Perguntava o
reitor de mão esticada e
estalada
nas ventas de quem tivesse a fé mal informada
contra mim te escrevo e sobre mim
ao compasso do meu sangue e
à luz da
tua lâmpada de azeite que
me abriu o teu nome e os meus pecados na
letra de cem catecismos rasgados
com os dentes do leite.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - Memória Imperfeita, pág. 75
sexta-feira, 11 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
NOME DO MEU NOME
Nome do meu nome
rouca bainha de não sei que grito
puro atrito
dos teus dedos abrindo as minhas mãos
não sei se neste vazio de formas e de sons
um pássaro nasceu
ou o tempo roeu
seus ramos e pulmões
breve movimento
de cabelos
parado perfil de seios e joelhos
onde se quebra a luz deste momento.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro ANDAMENTO, pág. 14
