quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
domingo, 30 de novembro de 2025
domingo, 16 de novembro de 2025
BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, de MANUELA MORAIS.
Crítica Literária da DRA. JÚLIA SERRA sobre a BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, de MANUELA MORAIS
Biografia
Fernão de Magalhães Gonçalves
Este livro é um verdadeiro poema de Amor que narra a história de uma vida desaparecida prematuramente, com a idade de 45 anos, longe da Pátria, ao seu serviço, na divulgação da Língua Portuguesa. Estava Fernão Magalhães Gonçalves, na Coreia do Sul a ensinar Português e a preparar os festejos para a comemoração do Dia “10 de Junho” Dia de Portugal e das comunidades portuguesas, quando foi surpreendido pela morte: “No dia oito de Junho de mil novecentos e oitenta e oito os sonhos finalizaram quando o seu olhar sorriu para o meu olhar… “. Este jogo do olhar “seu “e “meu” revela a intimidade existente entre a autora desta obra; Manuela Maria, e o seu esposo Fernão, assinalando, na expressividade do olhar, a despedida dos amantes.
A notícia da morte do seu conterrâneo e amigo foi sentidamente evocada pelo Poeta Miguel Torga, no Diário XV: ”Coimbra, 13 de Junho de 1988 – o telefone tocou, e mal eu imaginava que era um dobre a finados.(…) E levaram-no na flor dos anos, ou para confirmarem o aforismo de Plauto, porque o amavam, ou cruelmente para desmerecerem as leis do afecto e tornarem mais absurdo o absurdo” Ainda, no dia seguinte, o poeta não assimilara a “partida” do amigo e escreveu: “Jou, Murça, 14 de Junho de 1988 – É terrível, a morte. Tira sentido às palavras, aos gestos, às lágrimas, ao silêncio. Deixa a vida sem expressão. (Miguel Torga, Diário XV, pág. 118.).
O livro relata, em pormenor, a vida inteira do escritor, poeta e professor Fernão de Magalhães Gonçalves, num crescendo de emotividade e de saudade daquela que “ficou cá na terra” velando pelo amor vivido a dois e recordando as lembranças do passado, à semelhança do soneto de Camões: “ Alma minha gentil, que te partiste/ tão cedo desta vida descontente/ Repousa lá no Céu eternamente/E viva eu cá na terra sempre triste”.
No Prelúdio da obra, a autora explica, nos seguintes termos, o sentido desta biografia: “Este livrinho pretende elucidar a fantástica e pura sensibilidade da criatividade da personagem retractada, e, ao mesmo tempo, ser o testemunho directo de uma vivência que me fez vibrar e experienciar um destino essencialmente íntimo e emotivo” (p.12). Acrescenta ainda Manuela, ao referir as qualidades do marido: “Escrevia como se estivesse em contínuo estado de celebração, em graça, com uma incomparável perfeição, sobriedade, – e, realmente muito bem! (p.13). Confessa, assim, o gostoso sabor dos seus poemas de amor e do saber cantar com mestria tão elevado sentimento! Via nele o seu herói.
Depois do casamento, o casal foi viver para Chaves e, aí, Fernão de Magalhães dedicava-se à escrita, ao convívio com outros artistas e privava, em particular com Miguel Torga, de quem se tornou um perseverante investigador, como comprova a obra Ser e Ler Torga. Apesar de uma vida curta, tem publicado cerca de duas dezenas de livros em estilos diferentes: “O Fernão escreveu vários livros de poesia, alguns contos, milhares de Cartas, e um número incontável de ensaios.” (pág.26). Escreveu ainda em jornais e revistas especializadas sobre grandes epígonos da Literatura Portuguesa: Luís de Camões, José Régio, Aquilino Ribeiro, Trindade Coelho, entre outros, sem nunca abandonar o seu “cedro” Miguel Torga. Os estrangeiros também faziam parte desse alfobre: Jacques Prévert, Hemingway, Paul Claudel, SteinbecK e muito mais.
A sua história de Vida remete-nos para uma família simples, transmontana, que sabia dar valor à terra e dela se alimentava. O filho mais novo – o quinto – muito cedo fora estudar para Braga, não com o intuito de seguir uma vida religiosa, mas para se cultivar e educar no meio do rigor da ordem conventual. Aí captou o sabor da vida, no meio da amargura e da tristeza, separado dos pais muito cedo e com responsabilidade a que lhe incumbia dar resposta, sendo um aluno brilhante. Mais tarde, teve alguns ofícios e foi para a guerra do Ultramar; de regresso à Metrópole, licenciou-se em História e dedicou-se ao ensino, em: Murça, Vouzela, Porto, Chaves, Granada e Coreia do Sul. No papel de narrador, a autora relembra: “Granada, na Andaluzia, no Sul de Espanha, em mil novecentos e oitenta e três, foi um verdadeiro e indizível oásis que se abriu ao Casal transmontano” (p.86). O professor só tinha dois alunos interessados em aprender a Língua Portuguesa, mas, no final da sua comissão, excediam as três centenas, o que revelava o esforço e dedicação ao trabalho e ao país que representava, através da sua língua. Em Espanha, teve a oportunidade de admirar as preciosidades artísticas dos mais renomados Pintores: Goya, Velásquez, Murillo, entre outros. O poema Suspiro Del Moro assinala a sua despedida: “É um poema de amor o /poema da nossa despedida é/um poema de dor do/fim de uma aventura acontecida (….) e na quintilha final “que flor na minha ausência/deixará de nascer na primavera e/que pássaro vindo da distância com/ esta mesma ânsia se/mudará em pedra à minha espera”(p.90).
De regresso a Chaves, reunia-se com a plêiade artística, destacando: o Poeta e Escritor Miguel Torga, o Pintor Nadir Afonso, o Poeta António Cabral, o Poeta Cláudio Lima, o Escritor José Saramago, O Escritor Fernando Namora, o Poeta Eugénio de Andrade e muitos outros que pertenciam a este florilégio literário. Depois de quatro anos em Espanha, foi para a Coreia do Sul, Seoul; no tempo dos Jogos Olímpicos, (quando ganhou Rosa Mota,) Fernão Magalhães estava na Faculdade de Letras a ensinar português.
A narradora relembra, a estadia neste lugar asiático: “O deslumbramento foi total! Seoul expandiu-se nas margens do Rio Han há mais de dois mil anos.” (p.121). Refere o ambiente aí vivido e a descoberta dos segredos orientais: “Seoul é uma cidade luminosa, cercada de oito majestosas montanhas deslumbrantes, a noroeste da Península Coreana.” (p.127). Mas o deslumbramento feneceu com a morte de Fernão, como o leitor deste texto já se apercebeu.
Estruturalmente, o livro está em texto corrido, sem marcação de capítulos, conjugando poesia, prosa e imagens que vão acompanhando o crescimento e a vida do Protagonista, não esquecendo os retratos de família, os primeiros passos em criança e a fotografia do casamento. Há também imagens reveladoras do património histórico-cultural e de paisagens, sobretudo transmontanas, verdadeiros testemunhos das raízes telúricas que os apegaram ao lugar. Fernão, em várias imagens, ombreia com o seu ídolo, Poeta Miguel Torga, ambos irmãos pelo sonho poético e literário que nutriam. Crê-se que o texto abaixo retrata essa cumplicidade amistosa (p.78)
“no tempo do seminário da Ordem que frequentara, um dia conseguira surripiar dos reservados da biblioteca um livro meu, fora apanhado a lê-lo, e o obrigaram a pedir perdão de joelhos a toda a comunidade reunida, com o volume nefando pendurado ao pescoço. E nunca senti um ser tão perto de mim. Convidei-o para almoçar, e só não peguei nele ao colo. Tinha a impressão de que estava diante da minha própria efígie, depois de penitenciada num auto-de-fé…” (Miguel Torga, Diário XI, págs. 133/134)
Uma biografia que dá gosto ler e que encanta o olhar pelas belas imagens – constituem uma espécie de fotobiografia pela marcação temporal diacrónica e pela quantidade de retratos exibidos – embalando o leitor num frémito de alegria e compaixão, pelo testemunho de vida /morte e pelo amor/dor dos amantes.
Desde 1991 que a Câmara Municipal de Chaves, a Câmara Municipal de Murça e a Junta de Freguesia de Jou têm prestado homenagens a Fernão Magalhães Gonçalves com a atribuição do seu nome a Ruas e a um Polidesportivo.
Júlia Serra
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
JÚBILO DA SEIVA, de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.
VITA BREVIS
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA, pág. 15
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
sábado, 1 de novembro de 2025
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
terça-feira, 7 de outubro de 2025
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
domingo, 31 de agosto de 2025
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
IRENEU TEIXEIRA, no CANAL NOW, fala de MANUELA MORAIS
quinta-feira, 24 de julho de 2025
segunda-feira, 14 de julho de 2025
segunda-feira, 7 de julho de 2025
sábado, 5 de julho de 2025
quinta-feira, 3 de julho de 2025
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VIII
hoje nada te prometo
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA, página 23
terça-feira, 1 de julho de 2025
domingo, 29 de junho de 2025
quarta-feira, 25 de junho de 2025
terça-feira, 24 de junho de 2025
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Canto o Amor, de Manuela Morais.
O SÃO JOÃO
É o Santo
da minha devoção,
dedicação,
festa
das minhas festas,
aroma
das sardinhas assadas,
manjerico perfumado,
sandálias cansadas
de tanto bailar,
rodopiar...
Música
em todas as ruas, praças,
alegria, cânticos, folia,
saltar a fogueira,
foguetes,
farturas
para ter força,
caminhar
para casa,
descansar...
Manuela Morais
Canto o Amor, página 31, 2021.
sábado, 14 de junho de 2025
sexta-feira, 13 de junho de 2025
terça-feira, 10 de junho de 2025
domingo, 8 de junho de 2025
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VITA BREVIS
mas no barco do poema segue a viagem
anterior ao
naufrágio quotidiano da memória
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro JÚBILO DA SEIVA, página 15
sexta-feira, 30 de maio de 2025
terça-feira, 27 de maio de 2025
sábado, 24 de maio de 2025
BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, de MANUELA MORAIS
(...)
É indiscutível e unânime que a verdade e o estudo do crescimento interior e do cosmos amplia a estética da evolução do pensamento. Quando o contexto histórico influencia a versão robusta da emancipação mental, o caminho será mais dócil com uma série de acontecimentos que mudarão a vida e o pensamento, imprimindo uma edificante, gloriosa e luminosa responsabilidade de adquirir conhecimentos...
(...)
sábado, 17 de maio de 2025
sexta-feira, 16 de maio de 2025
segunda-feira, 12 de maio de 2025
CÂMARA MUNICIPAL DE MURÇA - Apresentação do Livro BIOGRAFIA , dia 10 de Maio, sábado, pelas 11 horas.
Apresentação do Livro
BIOGRAFIA
FERNÃO DE
MAGALHÃES
GONÇALVES
Por
MANUELA MORAIS
quinta-feira, 8 de maio de 2025
quarta-feira, 7 de maio de 2025
BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, de Manuela Morais.
(...)
Fernão de Magalhães Gonçalves viveu menos de meio século, exactamente, e, apenas, quarenta e cinco anos de idade, mas produziu uma Obra com uma enorme e inegável qualidade. Circundou o globo terrestre, como o seu homónimo, o grande navegador. As suas preocupações existenciais caminhavam para lá do conhecimento das verdadeiras potencialidades de saber encontrar o caminho pessoal aliado à nossa imaginação. Foi, sem dúvida, um destacado Poeta, Professor e Escritor. No ensino destacou-se com um enorme sucesso a divulgar a Língua e a Cultura portuguesas, nas Universidades de Granada, em Espanha, e em Seoul, na Coreia do Sul. É considerado o melhor e o mais profundo estudioso da grandiosa Obra do ilustre, e, também, transmontano Miguel Torga.
(...)
Biografia. FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, páginas 21 / 23.
Autora . Manuela Morais
domingo, 4 de maio de 2025
BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, de MANUELA MORAIS.
Biografia é o registo rigoroso e exaustivo da história de uma vida, na perspectiva de quem acompanhou, ao lado, essa vivência em contínua e inequívoca interacção. A realidade deverá ser contada de modo espontâneo, não se pode apagar ou adulterar a memória, distorcer, maquilhar a verdade, enaltecer de forma desmerecida, ou tendenciosa. Não deve ser escrita com a total racionalidade, pois as emoções e os sentimentos são o que de mais puro e humano tem maior evidência na relação das criaturas!
Fernão de Magalhães Gonçalves amava, em profundidade, os livros, as pessoas e todas as formas da criatividade! Possuía um verdadeiro encanto original. Mostrava-se jovial, natural, e o seu olhar, com a cor da avelã, transmitia uma personalidade sensível e sensual. (...)
Manuela Morais
BIOGRAFIA de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, pág. 11
quarta-feira, 30 de abril de 2025
segunda-feira, 28 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
VII
mesmo perdida cada
aposta em ti
renova em si o
sentido único da vida
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA, pág. 22
domingo, 27 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
(...)
ouve amor
ao menos esta noite
vem tocar-me
ligeiramente e com um só dos teus dedos
que eu não sei de que segredos
irei ao teu contacto disparar-me
assim
sinto-me o dinamite
de não sei que limite
e de que fim.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - Memória Imperfeita, pág. 42
sexta-feira, 25 de abril de 2025
terça-feira, 22 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
OH LES BEAUX JOURS
oh os belos dias fechados
(por detrás do futuro meu amor
estava este momento)
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO, página 12
Capa de NADIR AFONSO
sábado, 19 de abril de 2025
sexta-feira, 18 de abril de 2025
SEXTA-FEIRA SANTA, de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.
SEXTA- FEIRA SANTA
As trevas caíram sobre a tarde meu amor
ensopados pelo sangue dos espinhos
os meus olhos procuraram sobre os montes
o perfil parado dos pinhais
dobrada sobre a terra
tu eras a torrente dos nossos serenos dias
estavas como uma rola abatida e eu cuspia ao ar
o vinagre e o fel que tu bebias
secaste as lágrimas no véu que ocultava a vergonha
do meu corpo
seguiste com o olhar o grito
e o eco do meu grito
a terra tremeu debaixo dos teus pés e fixaste
nos meus olhos empedrados
a noite que já mais uniria os nossos gestos.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro -ANDAMENTO, página 15
Capa de NADIR AFONSO
quinta-feira, 17 de abril de 2025
terça-feira, 15 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
OS DENTES DO LEITE
Quem matou Jesus Cristo? E a terra
abriu-se
redonda e repetida
o véu do templo rasgou-se-me nos olhos e
cá dentro a infância
dividiu-se
quem matou Jesus Cristo? Perguntava o
reitor de mão esticada e
estalada
nas ventas de quem tivesse a fé mal informada
contra mim te escrevo e sobre mim
ao compasso do meu sangue e
à luz da
tua lâmpada de azeite que
me abriu o teu nome e os meus pecados na
letra de cem catecismos rasgados
com os dentes do leite.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - Memória Imperfeita, pág. 75
sexta-feira, 11 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
NOME DO MEU NOME
Nome do meu nome
rouca bainha de não sei que grito
puro atrito
dos teus dedos abrindo as minhas mãos
não sei se neste vazio de formas e de sons
um pássaro nasceu
ou o tempo roeu
seus ramos e pulmões
breve movimento
de cabelos
parado perfil de seios e joelhos
onde se quebra a luz deste momento.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro ANDAMENTO, pág. 14
quarta-feira, 2 de abril de 2025
sábado, 22 de março de 2025
segunda-feira, 17 de março de 2025
domingo, 16 de março de 2025
JORGE LAGE presta homenagem a ESPIGA Pinto ( no dia do seu aniversário).
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JORGE LAGE presta homenagem a ESPIGA Pinto (no dia do seu aniversário)
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quarta-feira, 12 de março de 2025
JORGE LAGE homenageia FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
JORGE LAGE
Biografia Fernão de Magalhães Gonçalves – A editora «Tartaruga», propriedade de Manuela Morais, vai a caminho de uma centena de livros publicados, cerca de dezena e meia são da sua autoria. É viúva do poeta (escritor) Fernão de Magalhães Gonçalves (FMG) há mais de 40 anos e tem tido um papel incansável e admirável na promoção e publicação da obra do seu falecido marido e ainda tem dado voz a autores desconhecidos.
A abra, «Biografia Fernão de Magalhães Gonçalves», tem na capa uma fotografia do FMG e na contracapa outra deste com Miguel Torga, seu amigo. Na badana da contracapa, pode ler-se que Manuela Morais, nasceu em Murça e é licenciada em Literatura Comparada e que instituiu o «Prémio Nacional de Poesia – Fernão Magalhães Gonçalves (…) retrata a história de uma personagem incontornável do panorama literário Torguiano (…) A obra do Fernão não é entretenimento das horas livres, parece estar ao espelho, tal a densidade, com uma linguagem original, libertadora e intimista…». Em jeito de nota inicial, a autora poeta: «Amar// é o sentimento grandioso// de iluminação// esperança// de ficar,// poder contar as alegrias// e os sonhos// que não queríamos// deixar// por concretizar!» Sobre a vida e a obra de FMG, escreve Manuela Morais, viúva do autor biografado no «Prelúdio»: «Escrevia como se estivesse como se estivesse em contínuo estado de celebração, em graça, com uma incomparável perfeição, sobriedade, (…) Vamos, então, empreender numa espantosa viagem que contou quarente e cinco anos de vida,». A vida de FMG fica balizada pelo nascimento em Freiria, freguesia de Jou, concelho de Murça (1943) e pela morte súbita em Seoul, Coreia do Sul, em 1988. Se formos folheando com atenção o interior do livro ficamos com a ideia que esta obra de Manuela Morais para homenagear, uma vez mais, FMG, se queda entre a biografia e a fotobiografia, com muita fotografia a enriquecer o seu conteúdo interessante. Quem melhor que a Manuela Morais para falar da pessoa que caminhou a seu lado em quase todos os momentos da vida conjugal? Para ilustrar a realidade da vida sobre o que nos espera e que a gadanha atingiu FMG na flor da via, cita a autora, Miguel Torga, no penúltimo Diário XV e no dia do funeral de FMG: «Jou, Murça, 14 de Janeiro de 1988 – É terrível, a morte. Tira o sentido às palavras, aos gestos, às lágrimas, ao silêncio. Deixa a vida sem expressão». Resta dizer que estive duas vezes com o FMG e as palavras foram quase de silêncio, tinha distância com o desconhecido, talvez fruto da sua aureolada amizade com Miguel Torga. Eu próprio o via já como uma pessoa importante, também me cruzei algumas vezes com Miguel Torga e nunca ousei falar-lhe. A Manuela Morais tem sido de uma dedicação extrema, na vida e depois da partida do FMG, pelo que merece um duplo aplauso: como sua mulher, por tanto ter divulgado a sua obra e por mais esta sua, que soube tecer com dedicação e amor. Parabéns, Manuela!
terça-feira, 11 de março de 2025
quinta-feira, 6 de março de 2025
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
sábado, 22 de fevereiro de 2025
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livros Publicados
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livros publicados
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES publicou os livros:
* SETE MEDITAÇÕES SOBRE MIGUEL TORGA
* MANIFESTO POR UMA LITERATURA LEGÍVEL I
* MANIFESTO POR UMA LITERATURA LEGÍVEL II
* ANDAMENTO
* DE FERNÃO LOPES A MIGUEL TORGA
* MEMÓRIA IMPERFEITA
* NUEVE POEMAS
* JÚBILO DA SEIVA
* MODO DE VIDA
* ASSINALADOS
* ALGUMAS CARTAS
* OBRA POÉTICA / ANTOLOGIA
* SER TORGA
* SER E LER TORGA
* SER E LER MIGUEL TORGA




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