quinta-feira, 25 de junho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
CARLOS AURÉLIO
(. . .)
Do Sol vem o acto puro, o inteligível, a semente masculina e criadora.
As civilizações solares são, em contraponto com as lunares, simbolizadas na pujança apolínea e no masculino, no dia e no nove, emergindo como patriarcais e guerreiras. Quando os aqueus, povos indo-europeus, venceram os cretenses minóicos e fizeram eclodir a civilização micénica e depois com os dórios a helénica, iniciaram assim a ocultação, talvez o desaparecimento, das remotas civilizações lunares, Com Homero e Heródoto entrou pela porta da História, enquanto a Filosofia e o Teatro traziam ao proscénio do continente a transfiguração que dos velhos mitos se fez símbolos e ritos, tendo interiorizado nos antigos Mistérios, como os de Delfos ou os de Elêusis, a transmissão e também a ocultação da ancestral sabedoria lunar. (. . .)
Texto de CARLOS AURÉLIO
Livro CONSIDERANDO OS FILÓSOFOS
domingo, 21 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
CLÁUDIO LIMA
de amor / 1
não contes nem descontes
o amor que não encontres
caminha e adivinha
aquilo que convinha
para que o amor não fosse só correr
em busca de um mito por nascer
(seria preciso negar ao coração
a loucura rubra da paixão
e encontrar a sepultura
no primeiro passo da procura)
Poema de CLÁUDIO LIMA
Livro A FOZ DAS PALAVRAS
quarta-feira, 17 de junho de 2015
DIANA ADAMEK
(. . .)
Os velhos contemplam o mar e este olhar melancólico é a viagem deles, a única, profunda e irrevogável, de corpo inteiro, com todos os sentidos. Estes velhos nunca navegaram, mas é como se o tivessem feito inúmeras vezes e, agora mesmo, experimentam novamente o poder da ponte, do porão e das velas, o sopro do vento que os afastará da margem, de todas as margens. (. . .)
Texto de DIANA ADAMEK
Livro MELANCOLIAS PORTUGUESAS
Tradução TANTY UNGUREANU
segunda-feira, 15 de junho de 2015
MANUELA MORAIS
ESPIGA PINTO
Ainda era menino quando chegou à pintura. Homem determinado e invulgar, pinta como quem beija. Entrega-se total e perdidamente.
Do Alentejo, onde nasceu, revelador de uma intuição e sensibilidade apuradíssimas, vem afirmando a solidez e singularidade de um percurso que começa e termina na busca e apreensão dos possíveis sentidos da existência.
(. . .)
O amor, símbolo de continuidade e regeneração, adquire nesta sequência pictórica o seu verdadeiro significado, ou não fosse ele o mais profundo e distinto laço da humanidade. Aqui, se sente a sua pulsação, em perpétuo movimento regenerador e em variações cromáticas sintonizadas, numa articulação harmoniosa e contínua entre a Terra e o Universo. (. . .)
Texto de MANUELA MORAIS
Livro TRÊS RIOS ABRAÇAM O CORAÇÃO
Capa ESPIGA PINTO
sábado, 13 de junho de 2015
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Como o primeiro momento da luz dentro do mundo
assim o nosso primeiro amor
pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face
das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento
e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro ANDAMENTO
quinta-feira, 11 de junho de 2015
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
E tu voltaste então o rosto para o mar o
corpo nu apenas das
minhas mãos vestido.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro JÚBILO DA SEIVA
terça-feira, 9 de junho de 2015
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Deixaste um perfume ou que outro nome darei ao
campo aberto da tua memória
deixaste um perfume em toda a parte ou
como dizer melhor que sou o
campo aberto da tua imagem
deixaste um perfume em tudo o que vejo a
agilidade de um aroma no ar que
não posso recusar por ser um
bicho de pulmões
e te recordo
como quem respira.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro MEMÓRIA IMPERFEITA
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