o meu corpo cheira ao teu corpo. vemos como as volutas de fumo dos dois cigarros se juntam e desfazem.os nossos corpos são dois cais. alguém vai partir para sempre ou chegar para nada. amanhece e anoitece no teu rosto. derrete-se nos meus dentes a rosa boreal da tua boca. naufrago no silêncio líquido dos teus olhos. (...) vinha do sul com o motim dos dedos o fogo que o suor não apagava em aromas desfeitos e em saliva na nossa pele deslizavam as palavras até ao voo rouco da tua respiração tranquila
era o tempo do júbilo da seiva que subia do meu ao teu olhar sereno... (...)
A TARTARUGA é um projecto cultural e humanista, divulga e enobrece a língua e a cultura portuguesas.
Para Platão, a inspiração poética está ligada ao entusiasmo e à posse do sentido do divino.
Para Aristóteles, a poesia, qualquer que seja o seu objecto, heróica ou satírica, e a sua forma, dramática, lírica ou épica pertence às artes de imitação. Enraizada na natureza, a poesia é o lugar de uma verdade mais filosófica e universal do que a simples exactidão histórica.
Porque a história da nossa literatura o impõe e o seu objectivo final é levar aos leitores o registo escrito do pensamento e criatividade que brotam de fontes inesgotáveis aqui estamos, cada vez mais, mostrando a nossa língua no seu melhor e demonstrando que é uma língua viva comunicante, bela e com uma identidade inquestionável.
A essência da escrita é deliciar os leitores e os autores depois da execução lírica, captando cada instante com emoções e atraídos pela maravilhosa interpretação de palavras e imagens representadas e delineadas em cada página do livro.
Rachmaninoff
ResponderEliminaro meu corpo cheira ao
teu corpo. vemos como as
volutas de fumo dos dois cigarros se
juntam e
desfazem.os nossos corpos são
dois cais. alguém vai
partir para sempre ou chegar para
nada. amanhece e anoitece no
teu rosto. derrete-se nos meus dentes a
rosa boreal da tua boca. naufrago no
silêncio líquido dos teus olhos.
(...)
vinha do sul com o motim dos
dedos o fogo que o suor não
apagava em
aromas desfeitos e em
saliva na
nossa pele deslizavam as palavras até ao
voo rouco da
tua respiração tranquila
era o tempo do júbilo da seiva que
subia do meu ao teu olhar sereno...
(...)
In Júbilo da Seiva
mg