segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O RIO QUE PERDEU AS MARGENS

UM RIO
que perde as margens tem muito que se lhe diga: continua a correr, segundo a sua obrigação, mas vai por terras e não-terras, até onde o levarem. No caso das não-terras, aconselha-se a senti-lo num açafate com uma camisa ou blusa de cor azul e o poema preferido. E tanto se pode ouvir numa caverna como de uma trapeira, de um penhasco - vê-lo depende do modo de ver, - numa torga a arder na lareira, nas palavras erguidas, em Cap of Good Hope, onde estive e estou e até na solitária Lichinga donde a Lídia me enviou um e-mail verdíssimo em forma de barco rabelo. (...)
"Se tu vais a Trás-os-Montes,
não te esqueças de trazer
uma pétala ao cair
dos olhos de uma mulher."
Texto de ANTÓNIO CABRAL - Capa de ESPIGA PINTO

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