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hoje nada te prometo
neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas
horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas
Granada, 28 de Abril de 1986
Fernão
SEXTA-FEIRA SANTAAs trevas caíram sobre a tarde meu amorensopados pelo sangue dos espinhosos meus olhos procuraram sobre os monteso perfil parado dos pinhaisdobrada sobre a terratu eras a torrente dos nossos serenos diasestavas como uma rola abatida e eu cuspia ao aro vinagre e o fel que tu bebiassecaste as lágrimas no véu que ocultava a vergonhado meu corposeguiste com o olhar o gritoe o eco do meu gritoa terra tremeu debaixo dos teus pés e fixastenos meus olhos empedradosa noite que já mais uniria os nossos gestos.Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVESLivro - ANDAMENTO
Capa - NADIR AFONSO