quinta-feira, 13 de março de 2014

MARIANA DE BRITO




A PAIXÃO



Nas pequenas vilas do Alentejo, quem não tivesse qualquer propriedade, courela, uma loja, uma venda ou outro bem, não fosse artesão, capador, ou não fosse detentor de um engenho rentável, em geral, era considerado pobre e, sendo as possibilidades de trabalhar por conta de outrem bastante remotas, o destino era, quase sempre, o trabalho no campo. Uma vez que só quem tinha posses podia continuar os estudos para além da quarta classe  e, após esta ser obrigatória, no caso dos rapazes, com muita frequência iam para Lisboa trabalhar nas mercearias, mandando, mensalmente, aos pais, grande parte do pouco que recebiam, através de carta, enviada pelo correio. Tratando-se de raparigas, para além da costura, servir era o seu destino. Umas ficavam a servir na própria terra, outras iam para Lisboa.
A dureza do trabalho no campo era conhecida por todos: trabalhar de sol a sol, pago à jorna, recebendo sempre o mesmo. (. . .)


MARIANA DE BRITO

ALENTEJO DE LONGE

Capa de ESPIGA

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