sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
STABAT MATER
Um dia (talvez um dia só) eu fui menino
era de tarde e havia sol (há sempre sol na
memória de ver-te a cada instante
vigilante aos
prodígios do meu próprio destino)
e eu joguei no Largo à minha idade
aos arcos e aos piões aos
polícias e ladrões e
à pura liberdade
e não voltei ao Largo hoje
resta a árvore bravia que me fiz
o caule que construiu a sua história
mudando a tua memória no
ar que respira e na raiz.
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - MEMÓRIA IMPERFEITA
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
AMOR AO DOURO
(Tintas aguadas)
Há muito tempo que não vou ao Douro,
Mas sei que sempre posso imaginá-lo. . .
E porque não(!) pecar e desenhá-lo,
Mordendo a maçã daquele tesouro.
Levantei voo, então, de um miradouro,
Desenhando uma cobra a retratá-lo.
Lutei durante horas pr'a curvá-lo,
Fazendo do inferno ancoradouro.
Pintei de azul as águas de garoto
P'ra que estrelas do céu o navegassem
E as vidas dos humildes fermentassem.
Pintei o néctar e risquei suor,
Escorrendo dos socalcos em castanho.
Se o não pintei, tentei escrever-lhe o amor!
(Tintas aguadas)
Há muito tempo que não vou ao Douro,
Mas sei que sempre posso imaginá-lo. . .
E porque não(!) pecar e desenhá-lo,
Mordendo a maçã daquele tesouro.
Levantei voo, então, de um miradouro,
Desenhando uma cobra a retratá-lo.
Lutei durante horas pr'a curvá-lo,
Fazendo do inferno ancoradouro.
Pintei de azul as águas de garoto
P'ra que estrelas do céu o navegassem
E as vidas dos humildes fermentassem.
Pintei o néctar e risquei suor,
Escorrendo dos socalcos em castanho.
Se o não pintei, tentei escrever-lhe o amor!
ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
Subscrever:
Mensagens (Atom)