sexta-feira, 30 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

era a idade do fogo e do degelo

puros acordavam os desejos das
flores de cada fruto não desenganados

tinham acabado de nascer as flores de laranjeira
pássaros furtivos vigiavam a
coincidência do teu corpo com o
aroma das tílias

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

JOÃO DE DEUS RODRIGUES

SER POETA

O poeta,
É uma criatura
De alma aberta.
Que nasce nu,
Vive pobre
E morre rico.

Nasce nu,
Com alma de enamorado,
Para cantar triste,
O que deveras sofre, amargurado.

Vive pobre,
Por não ser compreendida
A causa nobre,
Que o consome.
Semeando no vento,
Que a perversidade
É um acto avarento!

E morre rico,
Porque a sua semente
Germina no Amor eternamente,
Abrindo sempre em flor.

PASSAGENS E AFECTOS - JOÃO DE DEUS RODRIGUES

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES


MODO DE VIDA - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

terça-feira, 27 de outubro de 2009

ANTÓNIO CABRAL


A TENTAÇÃO DE SANTO ANTÃO - ANTÓNIO CABRAL

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ANTÓNIO CABRAL


ANTÓNIO CABRAL - O RIO QUE PERDEU AS MARGENS - capa de ESPIGA PINTO

sábado, 24 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Foi num dia concreto como grãos de trigo que
tu chegaste ao fim das palavras e
partiste
eu era os rochedos em que as ondas vinham desfazer-se
tu o barco que navegava na planície azul

alguém havia um dia de dizer como
dois seres inventam o silêncio e o habitam nesse
preciso lugar onde as palavras nada significam e
é inútil falar de amor ou de amargura

nem adeus nos dissemos de nada valeria
no cais de qualquer vida se desprendem os
sentimentos de seus nomes

anónimos e livres seguimos cada
qual por seu caminho até as próprias pedras
palpitavam de medo e de suspeita

alguém havia um dia de dizer como
dois seres se introduzem na pura solidão
cercados de vazias palavras arbitrárias e do
bater pontual do coração.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CLÁUDIO LIMA

de que tempo é o poema
de que século
de que ano?

sem rótulo que não é vinho
sem eco que não tem séquito
sem idade

infinitésimo precário instante
de computar os séculos
as décadas os dias
na baça periferia da memória

sopro de fogo
contra as muralhas
do silêncio

CLÁUDIO LIMA - ITINERARIUM

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

CLÁUDIO LIMA

CLÁUDIO LIMA - ITINERARIUM I I

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

JOÃO PINTO VIEIRA DA COSTA


JOÃO PINTO VIEIRA DA COSTA - FLORA DE BRINCADEIRAS - capa de ESPIGA PINTO.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ANTÓNIO FORTUNA

LIVRO

Se todo o livro fosse um ferro em brasa,
Deixava marcas fundas como a fome,
Razão por que se lê, mas não se come,
Razão por que alimenta a "tábua rasa".

A página de um livro é uma asa
Que agita leve o ar que se consome,
É ponte sobre um rio que não some,
Saber, conhecimento, que não vaza.

Num dia incerto ouvi alguém dizer:
"Não leio um livro, um livro é que me lê!" . . .
E só agora eu percebi porquê ...

Em aconchego às horas de sofrer,
Um livro é um companheiro que nos vê,
Que nos folheia a vida e nos relê.

Poema de ANTÓNIO FORTUNA, do livro A CHAVE DO DEGREDO.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ANTÓNIO FORTUNA


ANTÓNIO FORTUNA - A CHAVE DO DEGREDO

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CARLOS AURÉLIO


CARLOS AURÉLIO - CONSIDERANDO OS FILÓSOFOS - capa de ESPIGA PINTO - 264 pag. 18 €.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

MEU DOURO MARAVILHOSO

MEU DOURO MARAVILHOSO, 10 €.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ESPIGA PINTO


FLORBELA ESPANCA - desenho de ESPIGA PINTO.

sábado, 10 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Um dia saberemos meu amor quando
os elos do tempo já quebrados
como nas linhas das mãos os nossos dias
eram fios cruzados

águas desiguais no mesmo leito
de um rio
a mesma cor as unia
e um barco que nunca partiu
ancorado no meio
as dividia

um dia saberemos meu amor que
nestas palavras escritas
se muda para sempre a
minha boca
das que nunca foram ditas.

Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

hoje nada te prometo

neste poema concreto vai
apenas um beijo o
desejo de
contigo correr entre os silvedos
colher amoras contar
com os dedos pelos
grãos de areia os anos a que faltam horas

horas guardadas nestas
conchas dobradas flores das
areias que
tens nas mãos cheias
fechadas

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - ANTOLOGIA POÉTICA

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2007 - ANTÓNIO CABRAL
2008 - CLÁUDIO LIMA
2009 - JOAQUIM DE BARROS FERREIRA
2010 - ANTÓNIO FORTUNA

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

E do ponto mais alto do teu corpo se
vêem as neves permanentes e o mundo circular
e no fundo do teu ventre há um
rio furioso por entrar

no meu corpo te crucifico em corpo inteiro
abro as chagas do lado ponho a esponja do fel
lentamente canta caindo o sangue e
dizemos que a esponja sabe a mel

demoro nos teus seios a
avidez dos frutos sazonados
sigo o rumo das dunas dos teus ombros
os olhos nos teus olhos misturados

pátria do meu ventre e dos meus braços por
ti viajarei até ao mar não
tem regresso o caminho do teu corpo não
há segunda vez para te amar.

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - OBRA POÉTICA / ANTOLOGIA